sábado, 20 de novembro de 2010
Um grande amigo.
Peguei o papel nas mãos pela terceira vez na ultima hora. Ultimamente era sempre assim, pegava, lia, guardava, pegava, lia, guardava. Por que diabos eu não conseguia parar de fazer isso? A merda do papel já estava todo molhado e as palavras eram quase ilegíveis, borradas do jeito que estavam. Mas isso não importava, porque eu havia decorado as palavras daquele bilhete a muito tempo. Estavam gravadas na minha mente. Gravadas não, digamos que estavam coladas, pregadas, gritando lá dentro. Olhei as palavras e imaginei onde você estaria quando as escreveu, em qual posição você estava e qual seria a sua expressão. De todas as palavras, a que mais me chamou a atenção foi "sempre". Lê-la doeu. Me perguntei onde você estava, o que estava fazendo, o que estava pensando. E a pergunta principal: se você lembrava. Não recebi nenhuma resposta, óbvio. Aliás, quase nunca recebo respostas. De uma hora pra outra, me vi amassando o bilhete e jogando-o na lata de lixo. Fiz isso em um surto de frustração e ódio. Fiquei alguns segundos olhando a lata de lixo até pega-lo de volta e desamassa-lo. Fiquei encarando aquele bilhete cheio de rugas, toda amassado e quebrado. Me identifiquei com ele, era assim que eu me sentia: enrugada, amassada e quebrada. Tentei faze-lo voltar ao normal, mas o caralho do bilhete continuou amassado. Dobrei-o então, com todo o carinho do mundo, e guardei-o. Não voltei a olha-lo depois. Ele, assim como eu, estava amassado e precisava ficar sozinho. Decidi deixá-lo lá, tomara que ele consiga se desamassar sozinho. Tomara que eu também consiga. Daquele dia em diante, o bilhete já não era apenas uma lembrança, ele era um amigo.
@twotwok_
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Angústias.
@twotwok_
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Relembrar
Ontem à tarde, cheguei em casa exausto. Fui tomar um banho e me deparei com uma pequena caixa guardada no armário. Naquele momento, não me recordava de onde aquela pequena caixa vermelha teria vindo. Mas como minha curiosidade sempre fala mais alto, fui abrindo-a lentamente. Havia vários papéis, e um deles me chamou a atenção. Era uma carta. Uma carta que tinha escrito a mais ou menos um ano. Nela estava escrita, todos os sentimentos que sentia por uma pessoa. Uma pessoa que tinha sido muito importante para mim. Na verdade, ainda é. Sei que aquelas palavras escritas por mim, nunca serão lidas por quem eu desejo. Mas sempre terei vontade de reler, pois me lembro de como éramos felizes naquele tempo. Mesmo que essa nostalgia me faça sofrer, as lembranças boas sempre virão à tona, e irão me fazer sorrir. De alguma maneira, vou erguer minha cabeça e ficar feliz.
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