quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Próxima meta: se tornar psicopata.

Por que sentimentos existem? SÉRIO, POR QUE DIABOS SENTIMENTOS EXISTEM? Eu seria muito mais feliz sendo uma serial killer, psicopata, sem sentimentos, que tá pouco se fodendo pra Deus e o mundo. Se bem que até o carinha do Jogos Mortais mostrou que tem um pouquinho de sentimento. Na verdade, a minha teoria é que ele tinha tanto sentimento que acabou ficando louco, fazendo todos aqueles jogos e matando todas aquelas pessoas. Isso enlouquece as pessoas, sabe. Isso de sentir. É como se pra cada dose de amor você pagasse três doses de dor. Por cada sorriso dado fosse arrancadas cinco lágrimas. O que me faz voltar a perguntar: pra que serve a porra do sentimento? Pra foder as nossas vidas? Pra nos dar alegria e depois tirar tudo e nos fazer entrar em depressão profunda estilo não-quero-mais-viver? O pior é que até quando não se sente nada é ruim. Aquele vazio sufocante, um nada, um abismo. Quando não se está sufocado por um turbilhão de sentimentos, se está sufocado pelo vazio. A verdade é que o sentimento mata, mas a falta dele também mata. E aí, o que a gente faz? A gente sofre. A gente espera, na esperança de que um dia passe. E se não passar? Ah, se não passar a gente vive. Ou tenta viver. Os sentimentos pisam na gente, nos amassam, nos moem e nos quebram. A alma é de vidro, e quando se quebra nós temos que tentar concertar. Colando um caco no outro, pedacinho por pedacinho, como quem brinca de Tétris.

domingo, 28 de agosto de 2011

Bom dia é o caralho.

Domingo é um dos piores dias da semana, digo "um dos" porque a segunda-feira tá aí pra provar que o buraco é mais fundo do que se pensa. Segunda continua sendo o primeiro porque nada supera primeiro dia de aula, ressaca, trabalho e todas essas coisas que não deveriam existir. Domingo é tipo aquele aviso que sua novela preferida vai acabar. Você simplesmente não sabe o que fazer. É uma mistura de sábado com segunda terrivelmente cruel. É como misturar sorvete com beterraba. É o dia de sofrer antecipadamente, o dia do tédio, o dia do almoço em família. Ah, o almoço em família. O apocalipse, a era do gelo, o Big Bang. Todo mundo feliz (fingindo felicidade pra ser mais exata), falando de você. Opa, errei. Falando mal de você. Falando de namoradinhos, escola, faculdade, vida, futuro, filhos, netos, bisnetos, tataranetos e os filhos dos filhos dos filhos dos seus tataranetos que nascerão quando a Terra não tiver mais água. Apertando bochecha, te obrigando a dar beijos e abraços, dizendo que "limparam sua bunda", contando coisas que você fazia quando era bebê que eles já contaram tantas vezes que você já tá até lembrando do que fez, mesmo que tenha feito com 2 meses de idade. Será que eles tem um tipo de instinto ou necessidade de puxar assuntos constrangedores? Como quando você só tinha cu e absolutamente nada de bunda, ou como seu pinto era pequeno? Ou eles fazem tipo um complô só pra ver sua cara de puta-que-pariu-me-tirem-daqui?
E ah, obviamente nunca NUNCA N U N C A N-U-N-C-A variam a comida do almoço de domingo. Todo almoço é a mesma comida, morra quem morrer, faça frio, calor, furacão, enchente, terremoto ou toque Cine (o que não deixa de ser uma catástrofe).
Também tem toda aquela questão porra-eu-preciso-dormir-amanhã-tem-aula. Mas não é o tipo  porra-eu-preciso-dormir-amanhã-tem-aula que você sente na terça-feira, por exemplo. Pelo simples fato de que você ta sem sono. Você sabe que tem que dormir cedo, mas não consegue dormir cedo porque acordou tarde pra caralho. Parece que tudo se junta pra te fazer sofrer, a TV é ruim, o almoço é ruim, a hora de dormir é ruim, você não tem absolutamente nada pra fazer porque tudo fecha e o único consolo que você tem é que segunda vai ser pior. Espera, isso é consolo?
Cadê a Dilma pra gente propôr que todos os dias sejam sábado, hein? Obama? Ok, acho que esses dois não iam querer.
Saddam Hussein? Bin Laden? Hitler? Ninguém? Poxa gente, ressuscitem aí.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Thanks for the ears.

Ser surdo deve ser definitivamente a pior coisa do mundo. Tudo bem que a vida seria bem melhor sem gritos estridentes de manhã da sua mãe do tipo "ACORDAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA JÁ SÃO QUASE DUAS HORAS sendo que no caso são 11h VEM ALMOÇARRRRRRRRRRRRRRRRR", mas já pensou como seria viver sem música? Sem aquela sensação de acabei-de-ganhar-o-Oscar quando se escuta uma música nova e ela é BOA PRA CARALHO? Sem aquele desejo de escutar a tal música 24h por dia?
Imaginem como seria não poder ter música depressiva quando se quer morrer? Como seria o mundo pra alguém que não pudesse escutar aquelas vozes que invadem a alma, nos deixam sem ar e arrancam lágrimas como quem arranca pétalas de uma flor? Uma alma sem música é uma alma vazia. É como uma casa abandonada, uma árvore sem folhas, um livro sem palavras.
A música é sempre nossa melhor amiga. Mesmo quando nada e nem ninguém consegue nos entender e nos fazer sentir melhor, ela está lá pra ajudar. Mesmo quando o mundo perde o sentido, quando você está se fodendo pra tudo e todos, ela está lá. Quando ninguém parece te entender, ela está lá. Está lá até quando você mesma não consegue se entender. Está lá explicando o que você sente, pondo em palavras sentimentos que você não conseguiria por nem se sua vida dependesse disso. É impossível odia-la. Você pode não gostar de algum gênero, mas ALGUMA COISA você escuta. E querem saber? Fuck it, fuck the people, fuck the world. 'Cause I have music.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Um pedido.

A vida é uma merda, mas tem gente que gosta de piorar. Com "gente" eu quero dizer todo o tipo de pessoa que não é, não parece ou não deveria ser denominada "gente". Cocota com saia invisível (só tem a calcinha mesmo porque eu não vejo a saia), playsson com "você quer" tocando no último volume no celular (que no caso tá enfiado no bolso ou na mão, sem fone de ouvido), mãe que não sabe controlar o bebê e o filho da puta fica berrando até os seus tímpanos virarem pó, pessoa fedida que acha que tá cheirando a 202 Carolina Herrera, fumante que acha que todo mundo é obrigado a inalar a porra da fumaça dele, professor falando "o futuro tá aí, vocês tem que estudar pra virar alguém na vida" (como se agora eu fosse nada na vida, só um corpo totalmente descartável), minha mãe mandando tomar vergonha na cara, sair do computador e estudar, dedo duro na sala de aula que aponta todas as pessoas que estavam fazendo bagunça enquanto o professor foi na direção pegar alguma coisa (eles sempre dizem que vão pegar alguma coisa, mas na verdade vão tomar café e fofocar). Era tudo tão mais fácil quando eu só me preocupava em não pegar piolho das gurias da escola, comprar chiclete que vinha com tatuagem e desenhar relógio no pulso com a caneta BIC do meu pai, e quando o episódio de Dragon Ball Z do dia seguinte era a única perspectiva de futuro que eu tinha na cabeça. Quando a única coisa de dinheiro que eu entendia era que era só ir no banco que já pegava o dinheiro, que o Kinder Ovo era 1 real e o Cornetto 3. Pois é, hoje o Kinder Ovo é 5 reais e o Cornetto 7. Não tinha que aguentar nada disso que eu aguento agora. Era tudo tão simples: deitar no colo do meu pai, fechar os olhos, ficar segura e que se foda o mundo lá fora. Não tinha cocota, nem playssons, nem bebê, nem gente fedida, nem fumante, nem futuro, nem professor, nem nada que atrapalhasse a minha vida. Era só eu no colo do meu pai. Sabe, eu nem to pedindo muita coisa. Não é dinheiro, beleza, namorado... Nada disso. Só quero o colo do meu pai de novo.