segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Thanks for the ears.

Ser surdo deve ser definitivamente a pior coisa do mundo. Tudo bem que a vida seria bem melhor sem gritos estridentes de manhã da sua mãe do tipo "ACORDAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA JÁ SÃO QUASE DUAS HORAS sendo que no caso são 11h VEM ALMOÇARRRRRRRRRRRRRRRRR", mas já pensou como seria viver sem música? Sem aquela sensação de acabei-de-ganhar-o-Oscar quando se escuta uma música nova e ela é BOA PRA CARALHO? Sem aquele desejo de escutar a tal música 24h por dia?
Imaginem como seria não poder ter música depressiva quando se quer morrer? Como seria o mundo pra alguém que não pudesse escutar aquelas vozes que invadem a alma, nos deixam sem ar e arrancam lágrimas como quem arranca pétalas de uma flor? Uma alma sem música é uma alma vazia. É como uma casa abandonada, uma árvore sem folhas, um livro sem palavras.
A música é sempre nossa melhor amiga. Mesmo quando nada e nem ninguém consegue nos entender e nos fazer sentir melhor, ela está lá pra ajudar. Mesmo quando o mundo perde o sentido, quando você está se fodendo pra tudo e todos, ela está lá. Quando ninguém parece te entender, ela está lá. Está lá até quando você mesma não consegue se entender. Está lá explicando o que você sente, pondo em palavras sentimentos que você não conseguiria por nem se sua vida dependesse disso. É impossível odia-la. Você pode não gostar de algum gênero, mas ALGUMA COISA você escuta. E querem saber? Fuck it, fuck the people, fuck the world. 'Cause I have music.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Um pedido.

A vida é uma merda, mas tem gente que gosta de piorar. Com "gente" eu quero dizer todo o tipo de pessoa que não é, não parece ou não deveria ser denominada "gente". Cocota com saia invisível (só tem a calcinha mesmo porque eu não vejo a saia), playsson com "você quer" tocando no último volume no celular (que no caso tá enfiado no bolso ou na mão, sem fone de ouvido), mãe que não sabe controlar o bebê e o filho da puta fica berrando até os seus tímpanos virarem pó, pessoa fedida que acha que tá cheirando a 202 Carolina Herrera, fumante que acha que todo mundo é obrigado a inalar a porra da fumaça dele, professor falando "o futuro tá aí, vocês tem que estudar pra virar alguém na vida" (como se agora eu fosse nada na vida, só um corpo totalmente descartável), minha mãe mandando tomar vergonha na cara, sair do computador e estudar, dedo duro na sala de aula que aponta todas as pessoas que estavam fazendo bagunça enquanto o professor foi na direção pegar alguma coisa (eles sempre dizem que vão pegar alguma coisa, mas na verdade vão tomar café e fofocar). Era tudo tão mais fácil quando eu só me preocupava em não pegar piolho das gurias da escola, comprar chiclete que vinha com tatuagem e desenhar relógio no pulso com a caneta BIC do meu pai, e quando o episódio de Dragon Ball Z do dia seguinte era a única perspectiva de futuro que eu tinha na cabeça. Quando a única coisa de dinheiro que eu entendia era que era só ir no banco que já pegava o dinheiro, que o Kinder Ovo era 1 real e o Cornetto 3. Pois é, hoje o Kinder Ovo é 5 reais e o Cornetto 7. Não tinha que aguentar nada disso que eu aguento agora. Era tudo tão simples: deitar no colo do meu pai, fechar os olhos, ficar segura e que se foda o mundo lá fora. Não tinha cocota, nem playssons, nem bebê, nem gente fedida, nem fumante, nem futuro, nem professor, nem nada que atrapalhasse a minha vida. Era só eu no colo do meu pai. Sabe, eu nem to pedindo muita coisa. Não é dinheiro, beleza, namorado... Nada disso. Só quero o colo do meu pai de novo.

sábado, 30 de julho de 2011

My love for you was blind, but I couldn't make you see it.

Como você está? Tá tudo bem aí? O que está fazendo? Espero que você esteja bem... E que fique bem.Você sabe que eu penso em você todos os momentos da porra do meu dia? Pois então, eu penso. Penso em você até quando acho que não estou pensando. Acho que está tudo normal, e quando vejo você está lá, e eu me pego pensando em você de novo, e de novo, e de novo. Penso em você antes mesmo de perceber que acordei, penso em você depois que fecho os olhos pra dormir. Penso em você enquanto arrumo minha cama, tomo banho, converso, choro e sorrio. Com você não tem essa de "uma música que me lembre", porque todas elas me lembram você. Até mesmo aquelas que me lembram outras pessoas, me lembram você também. Algumas não tem absolutamente nada a ver com você, e mesmo assim me pego pensando em você, você, você e você. E eu me pego procurando você e eu no meio de suas palavras e frases. Minha mente é só você. De um botão jogado no chão á uma casa pendurada no céu, tudo me faz lembrar você. Até quando estou pensando em outra pessoa, você também está lá. Marcando território, mostrando que apesar de outras pessoas aparecerem pra fazer uma visita, a casa sempre será sua. Mas o que você não sabe é que não precisa mostrar isso porque é tão óbvio quanto o fato dos nossos corações estarem batendo. Porque foi você, é você e sempre será você.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

A estrela que brilhava amarelo.

Hoje eu olhei o céu. Olhei de verdade, com força. Pode-se até dizer que eu comi o céu com os olhos. As estrelas estavam magníficas. Não havia lua. Essa noite era a noite das estrelas. E parecia que elas haviam se preparado especialmente para ser olhadas por mim. Pareciam aquelas velinhas que ficam sorrindo pra você. Todas elas sorriam, com um ar de sabedoria. Elas diziam que ia ficar tudo bem. Mas, no meio de milhares de velhinhas, havia uma criança.
Uma estrela que brilhava mais que todas. E ela não brilhava branco, como as outras. Ela brilhava amarelo. E ela não dizia que ia ficar tudo bem, ela ria da minha cara, gargalhava, apontava o dedo. Ela não sumia quando eu a encarava, como as outras. Ela continuava a brilhar. Eu a olhei por muito tempo. As outras estrelas foram sumindo, e no fim só restaram algumas poucas. Como as migalhas do pão que você come deitada no sofá que ficam insistindo em continuar nas suas roupas. Dentre essas poucas estrelas, ela ainda era a que mais brilhava. Eu não conseguia parar de olhar, queria ver até quando ela ia ficar lá. Senti inveja dela. Ela nunca estaria sozinha, porque ao seu lado estava milhares e milhares de estrelas. E eu sozinha, olhando como ela brilhava e ria. Eu não tinha nenhuma estrela.
Ela começou a sumir e a aparecer, como que pra brincar com a minha cara. Sumia. Aparecia. Sumia. Aparecia. Sumia. Assim que eu acreditava que ela não surgiria mais no céu, ela aparecia novamente. Quando meu pescoço não aguentava mais de tanta dor -não se deve olhar estrelas por muito tempo, porque o pescoço realmente sai prejudicado-, parei de olhar . Passado alguns minutos, olhei. Ela continuava lá, firme e forte. Desisti de ver quanto tempo ela aguentaria, pois parecia que nunca iria embora. Dessa vez, fiquei muito tempo sem olhar, crente de que ela continuaria lá para sempre. Ela parecia grudada no céu. Mas, como que pra me ensinar a não subestima-la, ela desapareceu e não voltou mais. Agora, parando pra pensar, noto que ela continua lá e que sempre continuará. Fui eu quem desapareceu, quem desistiu, quem sumiu e parou de olhar. Eu quem não tive capacidade de acha-la novamente. Ela continua grudada no céu e nunca o abandonará. Está lá agora e continuará até depois de eu não conseguir mais lembrar-me dela. Mesmo quando não conseguir mais brilhar, ela continuará lá.
Mas estrelas não são pessoas. Não são velhinhas e nem crianças. Elas não sorriem pra você, não dizem que vai ficar tudo bem e muito menos riem e apontam pra você. Elas são só estrelas. E você e eu somos só pessoas, e pessoas não são como o céu e as estrelas, que ficam grudados para sempre. Pessoas se abandonam, se largam, se desgrudam.
A estrela que brilhava amarelo não era você. Naquele momento, você não estava pensando em mim, não estava me olhando e nem cuidando de mim. Você não ria e não apontava para mim. A estrela que brilhava amarelo é apenas mais uma no meio de tantas outras. Apenas mais uma migalha de pão.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Balões.

Querida Tori, como foi seu dia? Que horas acordou? No que pensou ao abrir os olhos? Quando você abriu a janela do quarto, como estava o céu?
Falando em  céu, Tori, mamãe me disse que você foi pra lá. Eu fiquei meio confusa, porque afinal você não sabe voar. Ou sabe? Fiquei imaginando por horas como você conseguiu chegar aí. Você usou balões? E por que diabos você não me levou, Tori? Eu adoraria estar aí com você, andar sobre as nuvens e talvez até come-las, já que elas são feitas de algodão doce. Você lembra quando me comprou treze algodões doces, aquele dia no parque, e eu comi tudo e passei mal? E você ficou toda preocupada.
Sabe Tori, acho melhor você voltar logo. Tô começando a sentir sua falta, e eu não gosto dessa sensação. Parece que estão esmagando o meu peito em trilhões de pedacinhos. Eu disse pra mamãe que queria ir pro céu com você, e ela não fez uma cara muito feliz. Não entendi muito bem, mas a mamãe nunca fez sentido. Só você fazia sentido. Ai Tori, volta logo, vai. Ontem eu comecei a chorar e gritar que queria você, que só você me entendia e me abraçava do jeito que eu gosto. Aí a mamãe começou a chorar e se trancou no quarto. Acho que ela tá ficando doida. Daqui uma semana é o meu aniversário e ela ainda não comprou as velinhas com o número 9, vê se pode! Você sempre comprava as velinhas um mês antes.
Tô achando que vou atrás de você. Vou pegar as bexigas do meu aniversário escondido e fazer um balão enorme com elas. E aí vou te fazer uma surpresa. Que tal, Tori? OK, não vai ser mais surpresa, agora que vou te mandar essa carta contando. Mas será que você pode fingir que não sabia e fazer cara de surpresa? Daquelas bem feitas mesmo, com a boca quase se separando de tão aberta e os olhos parecendo duas birocas (não das de 10 centavos, as de 50 centavos mesmo). Vou levar pirulitos. Os nossos prediletos. Aqueles de coração, pequenos e tão moles que derretem na boca.
Acho melhor eu começar a organizar as coisas, então vou ter que acabar a carta logo, porque tenho que ir na venda da esquina comprar os pirulitos e encher o saco da mamãe pra ela me levar ao mercado. Desde que você se foi, o cara da venda da esquina sempre me olha como se eu estivesse com câncer, queria que você estivesse aqui pra gente rir da cara dele. Por que você tá demorando tanto pra voltar, Tori? Que lerda. Você nunca foi de demorar muito, sabe. Mas isso não importa, porque eu tô indo te encontrar. Guarda algumas nuvens pra mim, porque eu vou estar com fome e você sabe como eu amo algodão doce. E se prepara pra me dar o melhor dos melhores abraços do mundo. Eu sei que não vai ser difícil, porque você tem o melhor abraço do mundo. Ops, tô falando demais e a mamãe já me gritou. Até daqui uma semana, que mais parecerão milênios.

Com todo o amor do mundo,

Annie.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Brincar pra lucrar. Lucrar pra brincar.

Quem nunca ficou enchendo o saco dos pais, chorando, berrando, esperneando, morrendo, fazendo escândalo, pra ir em algum parque de diversões? Porque esperar 2 horas pra ir é tão impossível quanto voar sem ajuda de equipamentos. Parece que se você não for naquele momento, o parque vai desaparecer e você vai morrer de desgosto. Aí, quando você finalmente consegue fazer seus pais te levarem, tem todo aquele ritual do pai-olha-pra-mim que toda criança faz quando tá no parque de diversões. O moleque fica lá, berrando, acenando, chamando a atenção dos pais (ou pelo menos tentando), como se fosse um super-herói salvando o mundo. Será que não passa pela cabeça dele que não tem graça nenhuma ver um monte de pirralhos girando? Aliás, eu acho que levar filhos em parque de diversões é uma das maiorias provas de amor que existem.
Uma vez eu fui levar meu irmão em um escorregador (prova de amor imensa) e um dos meninos que tava brincando queria mijar, o pai fez ele mijar na frente do escorregador (no meio de todo mundo) e super rápido, porque o tempo dele tava correndo e ele não ia pagar 3 reais pro moleque perder o tempo mijando (afinal, quem precisa mijar né? coisa mais desnecessária). Depois de um tempo, o tal moleque cansou de escorregar e quis sair, mas o tempo não tinha acabado e o pai fez ele ficar lá até acabar, afinal são 3 reais e 3 reais é muito caro.
Vamos combinar que esse negócio de parque dá dinheiro. Nenhuma criança se contenta em ir uma vez em cada brinquedo. É preciso ir 4 ou 5 vezes em cada um. Vários pais levando seus vários filhos nos vários brinquedos gastando suas várias notas de dinheiro. Acho que vou ser dona de um parque de diversões, poupa faculdade, estudo e todas essas coisas chatas. E é melhor que ser revendedora da Avon. Não que isso me preocupe muito, afinal, não faz muito tempo eu fazia parte das crianças que gastavam no parque, vai demorar muito pra começar a fazer o contrário. Mas é isso aí, vou ter um parque.


PS.: vamos fingir que eu sou madura, nem um pouco igual essas crianças que eu citei, e quero ter um parque pelo dinheiro, e não pelo fato de poder brincar nos brinquedos a hora que quiser e de graça, ok?

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Alguma coisa sem pé nem cabeça que terminou na minha família.

Costumo dividir as pessoas em três categorias: as aceitáveis (cerca de 1/96817361340345 da população), as falsas e as inconvenientes. Considero como "aceitáveis" as pessoas que possuem um nível razoável de semancol e sinceridade (as pessoas que são inteligentes, lindas, tem bom gosto, etc, são mais do que aceitáveis e podem comparecer imediatamente a minha casa, se quiserem). Eu sou meio tapada e quase nunca percebo quando a pessoa tá sendo falsa (sim, eu sou desligada a esse ponto). Só sei que ser chamada de querida é uó, maior falsidade impossível. Mas pera aí: querida não é um jeito afetivo de se referir a alguém? Isso não tem lógica, mas é assim que as coisas são e fim. Eu rodo a baiana quando alguém me chama de querida (na verdade eu só fico puta, mas "rodo a baiana" me soou mais legal). Falsidade e mulher são como unha e carne, computador e internet, professor e falta de sexo, escola e tédio, minha mãe e chatisse, eu e belez... mas pera aí. Enfim, falsidade é uma coisa da qual todos nós entendemos (menos eu), então não vou ficar falando disso aqui (vamos fingir que eu não vou falar de falsidade porque todo mundo sabe do que se trata, e não porque eu mesma não sei falar de falsidade). Pessoas inconvenientes poderia ser o nome da minha escola. Ficaria melhor (e mais sincero) do que o nome atual. Sabe quando você tá quieta no seu canto e fulano chega perguntando qual o seu twitter? E você é praticamente obrigado a mentir que não tem twitter? Que coisa chata. Eu tenho a leve impressão de que inconveniente é o nome do meio da minha mãe, e ela me esconde isso. Só pode ser isso. O que faz uma mulher adulta com três filhos dizer "QUE CHEIRO DE BOCETA AZEDA" quando chega em casa e vê eu e as minhas amigas no quarto? Eu juro que não entendo. Ou então quando ela resolve dar uma de mãe-engraçada-e-enturmada e começa a conversar com as minhas amigas sobre gatinhos. Sim, minha mãe chama meninos de gatinhos. Ela olha pra TV, aponta pra algum cara e diz "olha só que gatinho". Dois segundos depois ela vira pra algumas das minhas amigas (pra mim não, porque no momento eu to com a cara em qualquer lugar menos na TV) com uma expressão hein-hein-eu-sei-que-voce-concorda-comigo-hein-hein. Meu pai também tem um lado meio inconveniente (cerca de 99,9% dele, isso quando ele não tá bêbado... eu nem vou comentar o que acontece quando ele tá). Uma roda de amigos. Eu. Ele. Minha mãe. Meu irmão. Minha irmã. Todo mundo ali, junto. Adivinhem a frase que ele resolve dizer? "A natália só vai casar com mais de 50 anos. E só vai poder sair de casa sozinha com o namorado aos 39". Ele diz isso em 60% das jantas que a gente tem com os amigos dele. Uma vez a gente tava viajando, tava tocando música e todo mundo cantando, maior descontração etc e tal. Óbvio que eu me empolguei um pouquinho e comecei a gritar feito um babuíno boboca balbuciando em bando. Meu pai virou pra trás, fez uma expressão de ganhei-na-mega-sena, olhou pra minha mãe e disse "bem, a natália canta bem". Claro que todo mundo no carro olhou pra mim, e meu pai me mandou cantar. Sim, ele me mandou cantar. E ainda me chamou de chata quando eu me recusei a cantar pra todo mundo avaliar se eu cantava bem ou não. Minha avó também sabe ser inconveniente, aquela linda. Mas é um inconveniente legal, do tipo que só ela consegue ser. Hoje mesmo ela começou a me interrogar.
Conversa entre eu e minha avó ás 15h no sítio da minha tia:

- Vamo embora logo vai
- Pra que? Que que você vai fazer lá, Natália? Por acaso você tem algum namorado?
- Não vó, não tenho.
- É o filho do carreira né?
- Não, vó.
- Então é o filho do Mauro. Certeza.
- Não, vó. Não é ele.
- Ah, então quer dizer que tem alguém?
- NÃO VÓ, NÃO TEM NINGUÉM. VAMO EMBORA AGORA????
- Tá bom. Tá.

Tem a minha tia também, que sempre me faz ir dar um beijo nela quando me vê na rua (mesmo que eu esteja a metros de distância), e o meu avô que tem crises de carência e começa a fazer drama quando eu digo "oi" e não abraço ele. Aliás, se eu continuar falando, vou acabar citando a minha família inteira. Aliás, acho que sou adotada. Acho também que o sobrenome da minha família devia ser inconveniente. Bom, nós não somos do tipo mais aceitável, mas também não somos falsos. Ah, com certeza eles não são falsos. E eu realmente me orgulho deles.