segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Consultórios.

Cheguei a conclusão de que médicos fazem algum curso intensivo de como-fazer-seus-pacientes-esperarem-na-sala-de-espera. Aliás, acho até que metade da faculdade é dedicada a essa área. Seu horário é as 14:00h, você chega as 13:55h e é atendida ás 16:30h, isso se você tiver sorte e não chegar no "horário de pico". Não seria tão ruim se na sala de espera tivesse gente bonita, estilosa e legal, se tivesse passando Supernatural na TV e se tivesse ar condicionado. Mas não, pra piorar a situação a maioria das salas de espera são formadas por velhos,  bebês e gente fedida que não sabe o que "falar baixo" significa, sem contar que se tiver ventilador já é sorte, imagina ar condicionado. E adivinhem o que passa na TV? Xuxa e o mistério da Feiurinha, e a sua mãe ainda tem a audácia de virar pra você e falar: "olha lá o que tá passando na TV, que legal!" esperando que você faça uma cara do tipo caralho-meu-sonho-se-realizou. Mães não são legais em salas de espera, aliás, mães não são legais em nada, mas elas conseguem se superar nas salas de espera. Pior é quando elas começam a conversar com aquela famosa mulher-gorda-da-sala-de-espera e decidem te "apresentar" pra ela, aí você tem que dar o seu melhor sorriso, como se o fato de estar em uma sala de espera fedida e cheia de gente feia te agradasse. Outra figura essencial nas salas de espera é a velha-nojenta-reclamando-da-vida. Uns dias atrás eu acompanhei a minha mãe em um médico de varizes e tinha uma velha (se é que eu posso chama-la de velha, porque aquilo estava mais para múmia do que para qualquer outra coisa) que quando andava, o joelho dela se deslocava, ou seja, metade da perna ia pra um lado, enquanto a outra metade ia pro outro lado. Quando eu fui olhar pro pé dela, quase vomitei. Um pedaço do pé dela estava na carne viva, como se um cachorro tivesse mordido e arrancado fora. Já é ruim ir ao médico, esperar milénios pra conseguir fazer isso com uma múmia sentada do seu lado nem se fala. Aí você espera duas horas e meia por uma consulta de quinze minutos, onde a unica coisa que o médico faz é te dar um "remédinho pra passar a dor". Assim não dá, vou precisar reclamar pro Procon ou sei lá o quê. Talvez eu crie um Sindicato da Sala de Espera. Mas acho que até lá eu vou ser obrigada a respirar o mesmo ar que uma múmia (múmias respiram?), fazer o quê, é a vida (ou a morte, no caso da múmia).

@twotwok_

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Pré-animação-e-depressão-para-começar-as-aulas

Não sei se vocês já começaram as aulas, mas enfim. Na semana passada fui comprar meus materiais para a porra da escola. Sim. E enquanto eu escolhia os cadernos etc, ficava lembrando quando eu tinha uns oito anos e ficava tipo muito animado pra ir pra escola. Muito animado mesmo. Eu sentia essa vontade depois de comprar os materiais né. Só depois mesmo, porque o resto do ano eu queria que acabasse as aulas. Nos meus nove anos de escola (sim, estou na oitava série) sempre fiquei animado depois de comprar meus materiais. E praticamente é assim todos os anos. Menos esse. No início das aulas, sempre tem aquela animação e depressão. Pelo menos pra mim.
Animação.
1º: por rever meus amigos.
2º: por começar a escrever nos cadernos.
Sim meus caros leitores. Sou babaca e ficava ansioso pra começar a escrever nos cadernos.
Depressão.
1º: acordar cedo.
2º: ver a cara dos professores.
3º: ver as pessoas idiotas da escola.
Na boa, não gosto de mais de 90% das pessoas que estudam na minha escola. É muito raro eu encontrar alguém que eu possa compartilhar informações sobre tudo. A maioria das pessoas não gostam das mesmas séries/músicas/filmes que eu gosto então fica difícil. Quando começa as aulas, sempre fico naquela expectativa que eu encontre alguém que eu possa compartilhar as informações. Mas as chances são tipo 0,00001% na verdade. Então por mais esse motivo, minhas aulas são definitivamente um lixo. Juntamente com minhas atuais férias.
Acho que vou parar por aqui, porque já falei muita merda etc. Flw @withoutanylink.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Quem me dera ter seis anos pra sempre.

Não sei vocês, mas eu tive uma infância muito boa. Tudo bem que eu não ficava o dia inteiro brincando, me sujando, sorrindo e fazendo arte como nas propagandas de sabão em pó, mas pra que fazer isso se existe teletubbies, não é mesmo? E quando teletubbies acabava, tinha pica pau. E depois chaves, power rangers, bob esponja, três espiãs demais, meninas super poderosas, baby looney tunes, sítio do pica-pau amarelo, pokemon, meu amigo da escola é um macaco, etc etc. Lembro da sensação que eu sentia segundos antes de abrir o kinder ovo, aquela ansiedade e expectativa, só pra depois vir a frustração por ter ganhado mais um brinquedo repetido. Eu comprava a revista Recreio só por causa dos brinquedos. Aliás, eu sempre comprava TUDO só por causa dos brinquedos. Fazia minha mãe comprar aquelas sandálias ridículas que eu sabia que nunca iria usar só pelo brinquedo. E ir ao mercado e ficar sem comprar uma pitchula era pior que morrer. Não que eu já tenho morrido, claro. Odiava o fato de ser café com leite no esconde-esconde e pega-pega. Odiava e amava, na verdade. Era muito bom vencer sempre, mas o sentimento de inferioridade era um saco. Amava a sensação de conseguir roubar a bandeira quando a gente brincava de rouba-bandeira. Pra falar a verdade, eu mais parecia um moleque. Odiava bonecas. Odeio até hoje, aliás. Nunca fui fã de carrinhos, mas uma bola era tudo que eu precisava pra ser feliz. E eu sempre fui o marido quando a gente brincava de casinha. As minhas primas nunca queriam ser o marido, então eu tinha que ser. A minha parte preferida era chegar em casa e falar "querida, cheguei". As vezes eu dava um surto e conseguia ser a esposa. Adorava fazer comida. Mas nada supera a sensação de ficar horas construindo a casa e, quando finalmente conseguir terminar, derrubar tudo em segundos. AAAAH E EU NÃO POSSO ESQUECER AS VEZES QUE EU PEGAVA A CABEÇA DA MINHA IRMÃ E SOCAVA NA PAREDE NÉ AWWWWWWWW. Se eu fizesse isso agora, ficaria sem vida. Mas ok né, a gente supera. O que me revolta é que a parte legal de ser criança acabou, mas a parte chata ainda tá firme e forte. Ainda tenho que escutar os famosos "como você cresceu", "eu limpei a sua bunda" e "lembra de mim? eu peguei você no colo, aw". Se eu fosse grossa e respondesse o que eu realmente pensasse quando era criança, todos iriam rir e achar bonitinho. Mas ai de mim se eu fizer isso agora. É suicídio. Junto com a idade vem as preocupações e responsabilidades. Pior: as estrias, as celulites, a menstruação, os gritos da minha mãe. Pior ainda: não poder  fazer birra, chorar no mercado pra sua mãe comprar yakult,  toddynho e danoninho. Pior que tudo: ser chamada de aborrecente. Enfim, se vocês souberem como se faz pra voltar a ser criança, entrem em contato.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Amizade platônica.

Isso é uma das coisas que mais acontecem no twitter. Você nunca falou com a pessoa, mas sente uma admiração tão grande, profunda e sincera, que chega a ser inexplicável. Quase toda semana alguém no twitter me manda reply dizendo que queria ser meu amigo. É meio assustador porque eu não sabia nem da existência da maioria dessas pessoas. Algumas dizem que gostariam de me conhecer melhor, outras dizem que amam o jeito que eu trato meus amigos, etc. Ás vezes eu me sinto inútil por não poder atender o desejo de todo mundo. Então eu resolvi fazer um texto sobre curiosidades estranhas que eu tenho. Não vou ficar dizendo qual é minha comida preferida, bebiba, idade e essas coisas clichês. Talvez ninguém queira ler e provavelmente a maioria das pessoas que começaram a ler esse post já deve ter fechado a guia, mas vamos lá né.
1. Tenho mania de não ter ninguém atrás de mim quando eu clico em "Sign out" no twitter, principalmente a minha irmã.
2. Quando eu tinha 6 anos, eu chorava TODOS os dias na sala de aula, porque na hora de fazer o cabeçalho e escrever o nome da escola, eu queria colocar o 1 e o 3 na mesma altura, e não conseguia. Aí eu apagava e refazia tantas vezes que rasgava a folha. A frustração me fazia chorar. Aliás, uma das coisas que mais conseguem me fazer chorar é a frustração.
3. Acho que puxei esse lado amizade pro meu pai. Eu valorizo muito os meus amigos. Tenho muitos colegas, mas MELHORES amigos, são poucos. Acho que é por isso que eu sou tão possessiva com relação á eles, é um amor muito doentio, devo admitir.
4. Quando eu leio livros e o narrador diz que algum personagem fez alguma careta ou falou alguma com tal emoção, eu imito. Então se vocês me verem lendo um livro, fazendo cara de dor e dizendo "não, por favor, não!" ao mesmo tempo, é por causa disso.
5. Outra mania que eu tenho ao ler livros, é ficar contando quantas letras e sílabas tem tal palavra e quantas palavras tem na frase, confesso que ás vezes isso me deixa maluca.
6. Não sei se isso é muito normal, mas eu várias vezes me pego beijando a coca cola e dizendo "a mamãe te ama, viu?".
7. Tenho mania de morder a unha. Eu não rôo, nem fico arrancando as carnes em volta. Só mordo.
8. Quando eu tomo banho, sempre tenho que começar a lavar de cima pra baixo. Primeiro o shampoo, depois o condicionador, depois me esfrego, etc.
9. Não consigo segurar o caderno "abraçado" comigo, igual a maioria das meninas seguram. Eu sempre seguro ele só pela mão e fico balançando mesmo, igual os meninos. Aliás, eu nunca fiz o tipo "menininha". Quando eu era bebê, vivia catando lixo na rua e levava pra casa, minha mãe só conseguia tirar os lixos da minha mão quando eu dormia. Assim que fiz uns 9 anos, comecei uma coleção de tampas de garrafas. Eu sempre preferi bola á boneca e sempre odiei rosa. A única coisa normal em mim é que eu amava brincar de casinha e não era muito fã de carrinhos.
10. Sou muito chorona. Tipo, muito mesmo. Muito, muito, muito. Eu choro em tudo. De filmes de terror á desenho animado. A alguns meses, eu chorava mais. Digo com relação a mim, sabe. Até quando não tinha motivos, eu conseguia arranjar um motivo pra chorar. Hoje em dia não, eu quase não choro quando o assunto sou eu. Quando acontece alguma coisa, eu fico mal e só depois de um tempo, consigo chorar. Mas não é um chorar do tipo "ah to morrendo" é mais como se eu não aguentasse mais guardar aquilo e tentasse com todas as minhas forças tirar de dentro de mim através das lágrimas. Mesmo assim eu não consigo fazer isso, porque choro pouco. Óbvio que existem exceções a essa regra.
11. Não me considero uma pessoa depressiva. To mais pra "super-hiper-mega-duper-dramatica" mesmo. Aliás, digamos que eu sou uma pequena porção de ciúmes, amor e drama.
Bom, acho que já deu. E tenho uma dica pra vocês que tem amizade platônica, não só comigo, mas com outras pessoas do twitter: ninguém morde. Se te tratarem mal, é porque realmente não merecem a sua admiração. Tente conversar e manter um diálogo. E tente principalmente engolir a vergonha e timidez e tomar a maior dose de coragem que conseguir. Não é tão difícil. Agora vamos fingir que pelo menos 1 pessoa leu essa porra de texto até o final, só pra eu não me sentir uma completa inútil. Até a próxima, @twotwok_.


PS. Muito obrigada a @laranaoclara, que me deu a ideia do texto.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Planos afundados.

Oi. Tomei vergonha na cara e vim fazer um post. Nem sei se vocês lembram de mim, mas enfim. Hoje eu estaria indo viajar e realizaria um sonho. Iria ver a @hifay_, e meus planos foram destruídos. Não sei se vocês já passaram por isso (provavelmente sim). Não há nada mais frustrante do que você ter que adiar seus planos. Eu já estava naquela expectativa de que meu sonho iria se realizar, e depois saber que teria que ser adiado é tipo uma porra porque um sentimento muito ruim domina seu corpo etc. Se vocês já passaram por isso, sabem do que to falando. Ah, e como a Nat falou, também to cansado de só fazer textos depressivos SEMPRE. Enfim, vocês que tem amigos virtuais (como eu) devem saber que amigos virtuais são tipo ótimos mas também só te fazem sofrer. O que mais me faz sofrer é saber que de repente não irei poder ver todos e isso é muito frustrante também. Enquanto isso minha vida vai continuando, mesmo existindo essa pedra no meu sapato. Vou aproveitar e pedir desculpas por ter deixado de ter postado, mas agora que acabou as aulas vai ficar tudo mais fácil pra mim. Tchau. @withoutanylink_.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Um sorriso manchado de sangue.

                    65406_10150103637890746_776360745_7367951_7316076_n_large

Estava sentada no parque, como sempre. Faço isso direto, saio sozinha, caminho, vou ao parque e observo. Saio da minha realidade e invado a realidade alheia. Observo como as pessoas agem, conversam, andam. Observo como se vestem e as caretas que fazem. Na maioria das vezes é tudo muito clichê, os mesmos atos, as mesmas conversas, os mesmos jeitos de andar, as mesmas roupas e as mesmas caretas. Mas naquele dia tinha algo a mais, especial, único. Percebi que não era a única sozinha no parque. Á poucos metros dali, avistei uma menina. Me assustei. Ela tinha dor no rosto. A dor, na maioria das vezes, deixa as pessoas feias. Mas com ela era diferente. Era como se, mesmo com dor, ela ficasse linda. Ela era linda, realmente linda. Do tipo que não passa maquiagem depois de acordar e continua linda. De início tive certeza que ela era bem mais velha que eu, mas ao olhar nos olhos dela, percebi que não, na verdade ela era alguns anos mais nova. Eles brilhavam. Eram os olhos de uma criança descobrindo que papai noel não existe. Eram a única coisa com vida nela. Seus olhos eram negros, mas não um negro comum. Tive a impressão de que se olhasse por muito tempo, eu me perderia dentro deles e enlouqueceria. Mas, se você está achando que acabou pro aqui, está muito enganado. Deixei a melhor parte por ultimo: o sorriso. Na verdade, não era um sorriso, não sei definir realmente o que era. Ao vê-lo, tive a certeza de que ela não sorria a muito tempo, talvez ela tenha perdido seu sorriso. Era um sorriso morto. Nesse momento, ela me viu. Quase caí pra trás quando aquele "sorriso morto" se transformou em um quase sorriso. Digo quase sorriso porque, ao sorrir, a dor em seu rosto aumentou. Ao sorrir, ela sangrou. Era um sorriso manchado de sangue. Parece que ela estava se esforçando muito pra tentar parecer normal. E o que mais me assustou foi o fato de eu ter sentido a dor. Foi como se o meu rosto também tivesse se rasgado em um quase sorriso. Pisquei, e ao fazê-lo, levei o maior choque da minha vida. Aqueles olhos eram meus. Aquela dor era minha. Aquele sorriso perdido e morto, era o meu sorriso. Eu não estava no parque, estava em casa. E não olhava uma menina. Olhava o espelho.

@twotwok_

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Ritual pré-descanso-da-massa-cinzenta e pós-descanso-da-massa-cinzenta

Deito na cama com a intenção de entrar no mais profundo sono e faço tudo, menos isso. É todo um ritual de pensamentos, giros, bufos, jogadas de cabelo, mexidas de travesseiro e caretas. Sem contar o desespero. Ah sim, porque o tempo vai passando e você não consegue dormir e você só tem mais  8 horas de sono e agora você só tem mais 7 horas de sono e agora só 6 e você tem que parar de contar quantas horas de sono você tem e dormir logo mas você não consegue dormir e agora só tem mais 5 horas de sono. Quando você finalmente consegue parar de contar as suas horas de sono, os pensamentos aleatórios invadem a sua massa cinzenta. É aí que você se lembra do ódio que tem por matemática, pensa em tweets perfeitos e fica repetindo umas vinte vezes, mesmo sabendo que vai esquece-los do mesmo jeito, lembra que esqueceu de retweetar aquele tweet que tava no seu favorites, percebe que esqueceu o aniversário de um amigo e lembra que no dia seguinte vai ter prova de física e que não sabe nada da matéria. Depois dos pensamentos aleatórios vem o nível depressivo. Você começa a imaginar coisas que não vão acontecer, inventar diálogos e momentos, começa a falar em voz alta e a gesticular, imagina as pessoas que você ama mortas, escreve cartas enormes e quando menos espera, tá chorando. Quando você finalmente consegue dormir já são 6:30 e você tem que ir pra escola. Ah, a escola. O inferno á que todos os humanos são obrigados a vivenciar durante metade da vida. Você acorda assustada porque teve a brilhante ideia de colocar That's What You Get como despertador, limpa aquele poço de baba da boca e percebe que tá atrasada. Faz a higiene, mal olha a roupa que tá vestindo, "arruma" o cabelo e parte pra luta estudantil (nem preciso comentar a falsidade, breguisse, chatisse, bafos matinais, faces sem lavar, etc). A manhã inteira os pensamentos "quero ir pra casa" "to com sono" e "odeio essa merda" dominam sua massa cinzenta, quando finalmente você se vê livre e chega em casa, "perde" o sono e passa o dia inteiro no computador e aí repete tudo. E é por isso que eu peço férias e finais-de-semana eternos. Chega de rituais, chega de regras, chega de dormir pensando que vou acordar atrasada no outro dia. Chega, chega, chega.