Hoje eu olhei o céu. Olhei de verdade, com força. Pode-se até dizer que eu comi o céu com os olhos. As estrelas estavam magníficas. Não havia lua. Essa noite era a noite das estrelas. E parecia que elas haviam se preparado especialmente para ser olhadas por mim. Pareciam aquelas velinhas que ficam sorrindo pra você. Todas elas sorriam, com um ar de sabedoria. Elas diziam que ia ficar tudo bem. Mas, no meio de milhares de velhinhas, havia uma criança.
Uma estrela que brilhava mais que todas. E ela não brilhava branco, como as outras. Ela brilhava amarelo. E ela não dizia que ia ficar tudo bem, ela ria da minha cara, gargalhava, apontava o dedo. Ela não sumia quando eu a encarava, como as outras. Ela continuava a brilhar. Eu a olhei por muito tempo. As outras estrelas foram sumindo, e no fim só restaram algumas poucas. Como as migalhas do pão que você come deitada no sofá que ficam insistindo em continuar nas suas roupas. Dentre essas poucas estrelas, ela ainda era a que mais brilhava. Eu não conseguia parar de olhar, queria ver até quando ela ia ficar lá. Senti inveja dela. Ela nunca estaria sozinha, porque ao seu lado estava milhares e milhares de estrelas. E eu sozinha, olhando como ela brilhava e ria. Eu não tinha nenhuma estrela.
Ela começou a sumir e a aparecer, como que pra brincar com a minha cara. Sumia. Aparecia. Sumia. Aparecia. Sumia. Assim que eu acreditava que ela não surgiria mais no céu, ela aparecia novamente. Quando meu pescoço não aguentava mais de tanta dor -não se deve olhar estrelas por muito tempo, porque o pescoço realmente sai prejudicado-, parei de olhar . Passado alguns minutos, olhei. Ela continuava lá, firme e forte. Desisti de ver quanto tempo ela aguentaria, pois parecia que nunca iria embora. Dessa vez, fiquei muito tempo sem olhar, crente de que ela continuaria lá para sempre. Ela parecia grudada no céu. Mas, como que pra me ensinar a não subestima-la, ela desapareceu e não voltou mais. Agora, parando pra pensar, noto que ela continua lá e que sempre continuará. Fui eu quem desapareceu, quem desistiu, quem sumiu e parou de olhar. Eu quem não tive capacidade de acha-la novamente. Ela continua grudada no céu e nunca o abandonará. Está lá agora e continuará até depois de eu não conseguir mais lembrar-me dela. Mesmo quando não conseguir mais brilhar, ela continuará lá.
Mas estrelas não são pessoas. Não são velhinhas e nem crianças. Elas não sorriem pra você, não dizem que vai ficar tudo bem e muito menos riem e apontam pra você. Elas são só estrelas. E você e eu somos só pessoas, e pessoas não são como o céu e as estrelas, que ficam grudados para sempre. Pessoas se abandonam, se largam, se desgrudam.
A estrela que brilhava amarelo não era você. Naquele momento, você não estava pensando em mim, não estava me olhando e nem cuidando de mim. Você não ria e não apontava para mim. A estrela que brilhava amarelo é apenas mais uma no meio de tantas outras. Apenas mais uma migalha de pão.
quinta-feira, 30 de junho de 2011
segunda-feira, 20 de junho de 2011
Balões.
Querida Tori, como foi seu dia? Que horas acordou? No que pensou ao abrir os olhos? Quando você abriu a janela do quarto, como estava o céu?
Falando em céu, Tori, mamãe me disse que você foi pra lá. Eu fiquei meio confusa, porque afinal você não sabe voar. Ou sabe? Fiquei imaginando por horas como você conseguiu chegar aí. Você usou balões? E por que diabos você não me levou, Tori? Eu adoraria estar aí com você, andar sobre as nuvens e talvez até come-las, já que elas são feitas de algodão doce. Você lembra quando me comprou treze algodões doces, aquele dia no parque, e eu comi tudo e passei mal? E você ficou toda preocupada.
Sabe Tori, acho melhor você voltar logo. Tô começando a sentir sua falta, e eu não gosto dessa sensação. Parece que estão esmagando o meu peito em trilhões de pedacinhos. Eu disse pra mamãe que queria ir pro céu com você, e ela não fez uma cara muito feliz. Não entendi muito bem, mas a mamãe nunca fez sentido. Só você fazia sentido. Ai Tori, volta logo, vai. Ontem eu comecei a chorar e gritar que queria você, que só você me entendia e me abraçava do jeito que eu gosto. Aí a mamãe começou a chorar e se trancou no quarto. Acho que ela tá ficando doida. Daqui uma semana é o meu aniversário e ela ainda não comprou as velinhas com o número 9, vê se pode! Você sempre comprava as velinhas um mês antes.
Tô achando que vou atrás de você. Vou pegar as bexigas do meu aniversário escondido e fazer um balão enorme com elas. E aí vou te fazer uma surpresa. Que tal, Tori? OK, não vai ser mais surpresa, agora que vou te mandar essa carta contando. Mas será que você pode fingir que não sabia e fazer cara de surpresa? Daquelas bem feitas mesmo, com a boca quase se separando de tão aberta e os olhos parecendo duas birocas (não das de 10 centavos, as de 50 centavos mesmo). Vou levar pirulitos. Os nossos prediletos. Aqueles de coração, pequenos e tão moles que derretem na boca.
Acho melhor eu começar a organizar as coisas, então vou ter que acabar a carta logo, porque tenho que ir na venda da esquina comprar os pirulitos e encher o saco da mamãe pra ela me levar ao mercado. Desde que você se foi, o cara da venda da esquina sempre me olha como se eu estivesse com câncer, queria que você estivesse aqui pra gente rir da cara dele. Por que você tá demorando tanto pra voltar, Tori? Que lerda. Você nunca foi de demorar muito, sabe. Mas isso não importa, porque eu tô indo te encontrar. Guarda algumas nuvens pra mim, porque eu vou estar com fome e você sabe como eu amo algodão doce. E se prepara pra me dar o melhor dos melhores abraços do mundo. Eu sei que não vai ser difícil, porque você tem o melhor abraço do mundo. Ops, tô falando demais e a mamãe já me gritou. Até daqui uma semana, que mais parecerão milênios.
Com todo o amor do mundo,
Annie.
Falando em céu, Tori, mamãe me disse que você foi pra lá. Eu fiquei meio confusa, porque afinal você não sabe voar. Ou sabe? Fiquei imaginando por horas como você conseguiu chegar aí. Você usou balões? E por que diabos você não me levou, Tori? Eu adoraria estar aí com você, andar sobre as nuvens e talvez até come-las, já que elas são feitas de algodão doce. Você lembra quando me comprou treze algodões doces, aquele dia no parque, e eu comi tudo e passei mal? E você ficou toda preocupada.
Sabe Tori, acho melhor você voltar logo. Tô começando a sentir sua falta, e eu não gosto dessa sensação. Parece que estão esmagando o meu peito em trilhões de pedacinhos. Eu disse pra mamãe que queria ir pro céu com você, e ela não fez uma cara muito feliz. Não entendi muito bem, mas a mamãe nunca fez sentido. Só você fazia sentido. Ai Tori, volta logo, vai. Ontem eu comecei a chorar e gritar que queria você, que só você me entendia e me abraçava do jeito que eu gosto. Aí a mamãe começou a chorar e se trancou no quarto. Acho que ela tá ficando doida. Daqui uma semana é o meu aniversário e ela ainda não comprou as velinhas com o número 9, vê se pode! Você sempre comprava as velinhas um mês antes.
Tô achando que vou atrás de você. Vou pegar as bexigas do meu aniversário escondido e fazer um balão enorme com elas. E aí vou te fazer uma surpresa. Que tal, Tori? OK, não vai ser mais surpresa, agora que vou te mandar essa carta contando. Mas será que você pode fingir que não sabia e fazer cara de surpresa? Daquelas bem feitas mesmo, com a boca quase se separando de tão aberta e os olhos parecendo duas birocas (não das de 10 centavos, as de 50 centavos mesmo). Vou levar pirulitos. Os nossos prediletos. Aqueles de coração, pequenos e tão moles que derretem na boca.
Acho melhor eu começar a organizar as coisas, então vou ter que acabar a carta logo, porque tenho que ir na venda da esquina comprar os pirulitos e encher o saco da mamãe pra ela me levar ao mercado. Desde que você se foi, o cara da venda da esquina sempre me olha como se eu estivesse com câncer, queria que você estivesse aqui pra gente rir da cara dele. Por que você tá demorando tanto pra voltar, Tori? Que lerda. Você nunca foi de demorar muito, sabe. Mas isso não importa, porque eu tô indo te encontrar. Guarda algumas nuvens pra mim, porque eu vou estar com fome e você sabe como eu amo algodão doce. E se prepara pra me dar o melhor dos melhores abraços do mundo. Eu sei que não vai ser difícil, porque você tem o melhor abraço do mundo. Ops, tô falando demais e a mamãe já me gritou. Até daqui uma semana, que mais parecerão milênios.
Com todo o amor do mundo,
Annie.
sexta-feira, 13 de maio de 2011
Brincar pra lucrar. Lucrar pra brincar.
Quem nunca ficou enchendo o saco dos pais, chorando, berrando, esperneando, morrendo, fazendo escândalo, pra ir em algum parque de diversões? Porque esperar 2 horas pra ir é tão impossível quanto voar sem ajuda de equipamentos. Parece que se você não for naquele momento, o parque vai desaparecer e você vai morrer de desgosto. Aí, quando você finalmente consegue fazer seus pais te levarem, tem todo aquele ritual do pai-olha-pra-mim que toda criança faz quando tá no parque de diversões. O moleque fica lá, berrando, acenando, chamando a atenção dos pais (ou pelo menos tentando), como se fosse um super-herói salvando o mundo. Será que não passa pela cabeça dele que não tem graça nenhuma ver um monte de pirralhos girando? Aliás, eu acho que levar filhos em parque de diversões é uma das maiorias provas de amor que existem.
Uma vez eu fui levar meu irmão em um escorregador (prova de amor imensa) e um dos meninos que tava brincando queria mijar, o pai fez ele mijar na frente do escorregador (no meio de todo mundo) e super rápido, porque o tempo dele tava correndo e ele não ia pagar 3 reais pro moleque perder o tempo mijando (afinal, quem precisa mijar né? coisa mais desnecessária). Depois de um tempo, o tal moleque cansou de escorregar e quis sair, mas o tempo não tinha acabado e o pai fez ele ficar lá até acabar, afinal são 3 reais e 3 reais é muito caro.
Vamos combinar que esse negócio de parque dá dinheiro. Nenhuma criança se contenta em ir uma vez em cada brinquedo. É preciso ir 4 ou 5 vezes em cada um. Vários pais levando seus vários filhos nos vários brinquedos gastando suas várias notas de dinheiro. Acho que vou ser dona de um parque de diversões, poupa faculdade, estudo e todas essas coisas chatas. E é melhor que ser revendedora da Avon. Não que isso me preocupe muito, afinal, não faz muito tempo eu fazia parte das crianças que gastavam no parque, vai demorar muito pra começar a fazer o contrário. Mas é isso aí, vou ter um parque.
PS.: vamos fingir que eu sou madura, nem um pouco igual essas crianças que eu citei, e quero ter um parque pelo dinheiro, e não pelo fato de poder brincar nos brinquedos a hora que quiser e de graça, ok?
Uma vez eu fui levar meu irmão em um escorregador (prova de amor imensa) e um dos meninos que tava brincando queria mijar, o pai fez ele mijar na frente do escorregador (no meio de todo mundo) e super rápido, porque o tempo dele tava correndo e ele não ia pagar 3 reais pro moleque perder o tempo mijando (afinal, quem precisa mijar né? coisa mais desnecessária). Depois de um tempo, o tal moleque cansou de escorregar e quis sair, mas o tempo não tinha acabado e o pai fez ele ficar lá até acabar, afinal são 3 reais e 3 reais é muito caro.
Vamos combinar que esse negócio de parque dá dinheiro. Nenhuma criança se contenta em ir uma vez em cada brinquedo. É preciso ir 4 ou 5 vezes em cada um. Vários pais levando seus vários filhos nos vários brinquedos gastando suas várias notas de dinheiro. Acho que vou ser dona de um parque de diversões, poupa faculdade, estudo e todas essas coisas chatas. E é melhor que ser revendedora da Avon. Não que isso me preocupe muito, afinal, não faz muito tempo eu fazia parte das crianças que gastavam no parque, vai demorar muito pra começar a fazer o contrário. Mas é isso aí, vou ter um parque.
PS.: vamos fingir que eu sou madura, nem um pouco igual essas crianças que eu citei, e quero ter um parque pelo dinheiro, e não pelo fato de poder brincar nos brinquedos a hora que quiser e de graça, ok?
sexta-feira, 22 de abril de 2011
Alguma coisa sem pé nem cabeça que terminou na minha família.
Costumo dividir as pessoas em três categorias: as aceitáveis (cerca de 1/96817361340345 da população), as falsas e as inconvenientes. Considero como "aceitáveis" as pessoas que possuem um nível razoável de semancol e sinceridade (as pessoas que são inteligentes, lindas, tem bom gosto, etc, são mais do que aceitáveis e podem comparecer imediatamente a minha casa, se quiserem). Eu sou meio tapada e quase nunca percebo quando a pessoa tá sendo falsa (sim, eu sou desligada a esse ponto). Só sei que ser chamada de querida é uó, maior falsidade impossível. Mas pera aí: querida não é um jeito afetivo de se referir a alguém? Isso não tem lógica, mas é assim que as coisas são e fim. Eu rodo a baiana quando alguém me chama de querida (na verdade eu só fico puta, mas "rodo a baiana" me soou mais legal). Falsidade e mulher são como unha e carne, computador e internet, professor e falta de sexo, escola e tédio, minha mãe e chatisse, eu e belez... mas pera aí. Enfim, falsidade é uma coisa da qual todos nós entendemos (menos eu), então não vou ficar falando disso aqui (vamos fingir que eu não vou falar de falsidade porque todo mundo sabe do que se trata, e não porque eu mesma não sei falar de falsidade). Pessoas inconvenientes poderia ser o nome da minha escola. Ficaria melhor (e mais sincero) do que o nome atual. Sabe quando você tá quieta no seu canto e fulano chega perguntando qual o seu twitter? E você é praticamente obrigado a mentir que não tem twitter? Que coisa chata. Eu tenho a leve impressão de que inconveniente é o nome do meio da minha mãe, e ela me esconde isso. Só pode ser isso. O que faz uma mulher adulta com três filhos dizer "QUE CHEIRO DE BOCETA AZEDA" quando chega em casa e vê eu e as minhas amigas no quarto? Eu juro que não entendo. Ou então quando ela resolve dar uma de mãe-engraçada-e-enturmada e começa a conversar com as minhas amigas sobre gatinhos. Sim, minha mãe chama meninos de gatinhos. Ela olha pra TV, aponta pra algum cara e diz "olha só que gatinho". Dois segundos depois ela vira pra algumas das minhas amigas (pra mim não, porque no momento eu to com a cara em qualquer lugar menos na TV) com uma expressão hein-hein-eu-sei-que-voce-concorda-comigo-hein-hein. Meu pai também tem um lado meio inconveniente (cerca de 99,9% dele, isso quando ele não tá bêbado... eu nem vou comentar o que acontece quando ele tá). Uma roda de amigos. Eu. Ele. Minha mãe. Meu irmão. Minha irmã. Todo mundo ali, junto. Adivinhem a frase que ele resolve dizer? "A natália só vai casar com mais de 50 anos. E só vai poder sair de casa sozinha com o namorado aos 39". Ele diz isso em 60% das jantas que a gente tem com os amigos dele. Uma vez a gente tava viajando, tava tocando música e todo mundo cantando, maior descontração etc e tal. Óbvio que eu me empolguei um pouquinho e comecei a gritar feito um babuíno boboca balbuciando em bando. Meu pai virou pra trás, fez uma expressão de ganhei-na-mega-sena, olhou pra minha mãe e disse "bem, a natália canta bem". Claro que todo mundo no carro olhou pra mim, e meu pai me mandou cantar. Sim, ele me mandou cantar. E ainda me chamou de chata quando eu me recusei a cantar pra todo mundo avaliar se eu cantava bem ou não. Minha avó também sabe ser inconveniente, aquela linda. Mas é um inconveniente legal, do tipo que só ela consegue ser. Hoje mesmo ela começou a me interrogar.
Conversa entre eu e minha avó ás 15h no sítio da minha tia:
- Vamo embora logo vai
- Pra que? Que que você vai fazer lá, Natália? Por acaso você tem algum namorado?
- Não vó, não tenho.
- É o filho do carreira né?
- Não, vó.
- Então é o filho do Mauro. Certeza.
- Não, vó. Não é ele.
- Ah, então quer dizer que tem alguém?
- NÃO VÓ, NÃO TEM NINGUÉM. VAMO EMBORA AGORA????
- Tá bom. Tá.
Tem a minha tia também, que sempre me faz ir dar um beijo nela quando me vê na rua (mesmo que eu esteja a metros de distância), e o meu avô que tem crises de carência e começa a fazer drama quando eu digo "oi" e não abraço ele. Aliás, se eu continuar falando, vou acabar citando a minha família inteira. Aliás, acho que sou adotada. Acho também que o sobrenome da minha família devia ser inconveniente. Bom, nós não somos do tipo mais aceitável, mas também não somos falsos. Ah, com certeza eles não são falsos. E eu realmente me orgulho deles.
Conversa entre eu e minha avó ás 15h no sítio da minha tia:
- Vamo embora logo vai
- Pra que? Que que você vai fazer lá, Natália? Por acaso você tem algum namorado?
- Não vó, não tenho.
- É o filho do carreira né?
- Não, vó.
- Então é o filho do Mauro. Certeza.
- Não, vó. Não é ele.
- Ah, então quer dizer que tem alguém?
- NÃO VÓ, NÃO TEM NINGUÉM. VAMO EMBORA AGORA????
- Tá bom. Tá.
Tem a minha tia também, que sempre me faz ir dar um beijo nela quando me vê na rua (mesmo que eu esteja a metros de distância), e o meu avô que tem crises de carência e começa a fazer drama quando eu digo "oi" e não abraço ele. Aliás, se eu continuar falando, vou acabar citando a minha família inteira. Aliás, acho que sou adotada. Acho também que o sobrenome da minha família devia ser inconveniente. Bom, nós não somos do tipo mais aceitável, mas também não somos falsos. Ah, com certeza eles não são falsos. E eu realmente me orgulho deles.
quinta-feira, 24 de março de 2011
Os zumbis resolveram sair dos filmes.
Uma coisa que me tira do sério (sempre achei essa expressão engraçada, tipo me tiraram do sério = eu estava com o sério e aí alguém me separou do sério a força, portanto me tiraram do sério) são essas pessoas sem vida que resolvem cuidar da vida dos outros. Eita coisinha irritante, viu. Existem vários termos para defini-las: fofoqueiras, intrometidas, inxiridas (não sei escrever isso). Eu, particularmente, chamo elas de "zumbis". É, zumbis. É assim que se chamam as pessoas sem vida, certo? Como se já não bastasse falar da sua vida, INVENTAR coisas sobre a sua vida, elas resolvem opinar sobre o que você faz ou deixa de fazer. Olha só, eu não me importo que opinem sobre minha vida, que falem sobre ela, que inventem coisas absurdas. Mas tem algumas condições. Primeiro que se a pessoa tá tão interessada na minha vida, ela tem que viver ela. Mas viver MESMO. Tem que enfrentar os meus problemas e coisa e tal, tem que acordar de manhã e ser obrigada a comer, como eu sou todos os dias. Tem que ouvir ladainha da minha mãe, tem que sentir a cólica que eu sinto, tem que limpar a bunda do meu irmão. Segundo que ela tem que pagar alguma coisa, porque no mundo de hoje até a água que você bebe (a água que você come é que não vai ser) é cobrada. E vamos combinar que a minha vida é mais importante que um copo de água (ou não). As pessoas querem mandar no que você come, veste, diz, pensa, faz, TUDO. Daqui a pouco eu vou estar no banheiro cagando e vai chegar alguém me dizendo que não é assim que se caga. Assim não dá gente, é sério. Criticar é uma coisa, se intrometer é outra. Criticas são construtivas. Intrometimentos são letais (letais é um termo meio exagerado, porque são poucas as pessoas que vão se intrometer na vida de um serial killer). O que mais irrita é que não são os seus amigos, seus parentes ou pessoas próximas a você que se intrometem na sua vida. São pessoas que não convivem com você, que não te conhecem e que saem te julgando como se elas valecem alguma coisa. A verdade é que o ser humano não resiste a uma fofoca, a um barraco ou a qualquer outra coisa que envolva desgraça alheia. Só acho que ultimamente as pessoas estão exagerando demais, estão pra frente demais, sem vergonha nenhuma. E eu garanto que um pouco de bom senso não faz mal a ninguém. Portanto, tentem pensar duas vezes antes de enfiarem os narizes de vocês onde não são chamados. A não ser que vocês queiram eles quebrados.
@saumenscch. (mudei o username)
@saumenscch. (mudei o username)
segunda-feira, 14 de março de 2011
Filmes de comédia que não te fazem rir.
Vou confessar pra vocês que não foi por falta de vontade que não vim postar aqui, mas por falta de criatividade. Não se passava NADA em minha cabeça. Eu tentava escrever e não conseguia. Me senti a pessoa mais inútil do mundo. Mas vou tentar reabilitar o meu hábito de escrever. Há alguns dias meu pai foi até a locadora e ele quis locar um filme de comédia. Se ele não alugasse o filme de comédia acho que ia passar mal, porque ele queria muito alugar um filme. De comédia. Ele escolheu um filme que eu não me recordo o nome mas era um dos filmes mais babacas que eu já ouvi falar. Eu não assisti. Só um pouco do início e olhe lá. Mas me recordei de outros filmes que eu já assisti, e fiz uma comparação. Não entendo por qual motivo-razão-ou-circunstância que os diretores fazem um filme classificado "comédia" sendo que o mesmo não é de comédia? Podemos dizer uma comédia barata. Muito barata. E muito babaca.
Definição.
humor babaca: filme em que o diretor tem uma mente menor do que a de um inseto, e na verdade não sabe escrever filmes. Muito menos de comédia. Ops, não podemos chamar de comédia não é mesmo meus amigos?
Tenho quase certeza que vocês já assistiram um filme assim, ou não. Se você irá fazer um filme de comédia, POR FAVOR FAÇA UM FILME DE COMÉDIA DE VERDADE. Vou dizer para vocês que não sou fã de filmes de comédia, mas também não desprezo.
Se você é um diretor ou roteirista: por favor, filmes de comédia tem que ser engraçados, e não babacas. E desculpem-me pelo pior post da minha vida, que vocês acabaram de ler. Até mais. @withoutanylink.
terça-feira, 8 de março de 2011
A costela com super-poderes.
Nada mais merecido do que o dia da mulher. Acho até mais digno que o dia do trabalhador, dia dos namorados, dia da avó, dia do sei-lá-o-que. Afinal, mulher é meio que tudo isso, não é mesmo? Ela é trabalhadora, é namorada, é avó. Até pai mulher é. Ou você acha que é fácil ser mãe solteira? Não é mole não. Como se isso já não bastasse, tem aquelas coisas mínimas e "quase nada desagradáveis" como menstruação, depilação, auto estima, celulite, estria, calorias e regime. E outras "quase nada agradáveis" como refrigerante, chocolate e pizza, coisas das quais somos proibidas por nós mesmas de usufruirmos. Quem tem que cuidar dos filhos? A mulher. Quem tem que emagrecer como se não houvesse comida? A mulher. Quem tem que ficar horas procurando a roupa perfeita? A mulher. Quem tem que tirar a sobrancelha e se depilar? A mulher. Quem tem que ficar com um absorvente socado no meio das pernas todo mês? A mulher. E ainda nos denominam como sexo "frágil". FRÁGIL É O CACETE. Nós devíamos ser conhecidas como sexo super, sexo master, sexo foda, sexo poderoso, sexo qualquer coisa, menos frágil né, pelo amor de Deus. Uma coisa que eu também acho digna de ser falada aqui é o fato de termos que aguentar nós mesmas. Ô bichinho falso, esse tal de mulher. Nós não ficamos bonitas para os homens, nós ficamos bonitas porque existe uma disputa de beleza entre mulheres desde que o mundo é mundo. É algo como "a mulher mais bonita é superior". E beleza, para as mulheres, é sinônimo de magra. Quando uma mulher diz que "adorou o seu vestido" das duas uma: ou ela odiou e tá sendo falsa, ou ela ta morrendo de inveja e quer te dar um soco. Mas ok, voltando aos elogios: a mulher é quase uma heroína. Eu, particularmente, acho que ser mãe é um super-poder. Não é fácil ficar nove meses com um troço dentro de você te fazendo vomitar, ficar super sensível (gravidez é quase uma tpm infinita) e pior: ficar gorda. Parecer um mamute por nove meses REALMENTE é algo da qual nós podemos nos orgulhar. E como se isso não bastasse, tem a dor do parto. Sempre comparei parto normal com um super cocô com vida saindo de você, só que pelo outro buraco. Se não for parto normal, você é cortada ao meio e tem que guardar repouso, não pode fazer movimentos bruscos, fica toda costurada e o caralho a4. Isso tudo pra ter um filho que só vai te dar trabalho, mas que você vai amar incondicionalmente e nada será mais importante do que ele. É tão mais fácil ser homem e só se preocupar em coçar o saco e ter o pinto grande. Vou ficando por aqui, com um sincero Feliz Dia das Mulheres para todas nós. Se eu fosse presidenta, ia tentar mudar o nome de Feliz Dia das Mulheres pra Feliz Dia das Heroínas, nada mais justo do que isso. Mas, como eu (ainda) não sou presidenta, vou me contentar. @_twotwok.
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