quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Três vezes quatro


Fala galera.
Então, começo este belo post com uma belíssima notícia para compartilhar convosco: sim, neste bela tarde do dia 29 de dezembro comprei minha tão desejada-querida-foda-linda-pra-caralho camiseta da Red Hot Chili Peppers. No caso, eu nem imaginei que eu poderia comprar ela. Minha colega veio me avisar no msn que abriu uma nova loja de camisetas de banda na minha cidade e também me avisou que a minha tão sonhada camiseta estava lá me esperando. Mas porém, também aconteceram outras coisas no meu dia hoje que eu, neste exato momento, queria comentar ou compartilhar com vocês.

70% do twitter, certa época, tuitava algo sobre "EU JÁ SOU FEIO, E AGORA EM FOTO 3X4 SOU PIOR AINDA". Tenho quase certeza que 69% dessas pessoas havia tirado a porra da foto 3x4 quando era criança e tava fazendo birra. Ou seus pais tinham chantageado ela com "OU VOCÊ TIRA A FOTO OU NÃO GANHA O PRESENTE DE DIA DAS CRIANÇAS" - isso já aconteceu comigo quando meu pai me obrigou a tomar vacina sem chorar. Foi tipo: "ou você deixa a mulher enfiar a agulha em você sem derramar uma lágrima, ou não ganha o relógio." No fim das contas, eu berrei tanto que meu pai falou que ia me comprar o relógio se eu parasse de gritar.

Voltando ao assunto, hoje fui obrigado a ir em um estúdio fotográfico pra tirar uma foto 3x4. Na real, foram três. Eu cheguei lá pensando "puta que pariu, eu tenho que sair sério e eu não consigo sair sério porque eu vou ficar pensando em tanta merda que eu vou começar a rir e eu vou ter um ataque de riso." Daí me chamaram pra ir até o espelho pra arrumar o cabelo. Eu só baguncei meu cabelo ainda mais e a mulher olhou pra mim com uma cara de tipo "OW MULEQUERSON, ISSO É O QUE TU CHAMA DE ARRUMAR O CABELO?" e eu pouco me fodendo, fui lá tirar a foto. Como é de costume, aqueles flashs sempre deixam sequelas na visão do ser humano. Não tem como você não sair de um estúdio sem ficar enxergando um quadradinho em tudo quanto é canto.

Chegou a melhor (pior) hora, que era de escolher uma das 3 fotos. Eu disse pra ela que era pra ela escolher a menos pior. Quando ela veio me entregar, eis que acontece um milagre: EU NÃO TAVA COM NENHUMA MANCHA/ESPINHA NA CARA e eu fiquei: CARALHO, COMO FICOU BOA ESSA FOTO. Então, a moral da história era que: TODO MUNDO FICAVA RIDÍCULO NAS FOTOS PORQUE NAQUELA ÉPOCA NÃO TINHAM TECNOLOGIA SUFICIENTE PRA USAR. Agora, qualquer um fica lindo. Até eu.


terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Tudo & Nada


Só pra começar: acho que faz uns 4 meses que eu não escrevo nessa merda aqui. E sim, é por falta de vontade e por falta de o que escrever. E eu to escrevendo esse texto agora sem nenhum assunto definido. É tipo, esquisito. Na real, me deu uma puta saudade do tempo que eu vivia em torno do blog. Eu ficava procurando aqueles concursos lá de textos. NUNCA GANHEI, mas não tem problema. Era legal. Eu era feliz só com isso. E agora é meio, sei lá, idiota. Eu não vou querer reler isso que tecnicamente podemos denominar como um texto, porque aí sim eu não iria postar isso. Tá, to escutando Bidê e tava pensando no que eu poderia ter feito esse ano que poderia ter mudado ou sei lá, poderia ter sido legal. Uma coisa que puta que pariu eu nunca vou esquecer na minha vida, aconteceu ano passado.

Na real, acho que foi a melhor coisa que aconteceu entre ano passado e esse ano. Era umas 10 horas da noite, e eu entrei no google porque eu tava entediado e sem caralho nenhum pra fazer. Eu não sei se existe essa ferramenta ainda, mas era algo do tipo "em tempo real", e eu fui lá procurar sobre tudo e nada. Primeiro, eu não lembro o que eu digitei. Depois, eu pensei "Puts, vou ver se tem algo de novo nessa merda dessa cidade". Fui lá e digitei tecnicamente "Erechim". E apareceu um monte de tweets de merda, que só reclamavam da cidade. E um foi do tipo "NÃO TEM NEM ERECHIM NA LOCATION DO TWITTER" e eu fiquei tipo: porra, quem que tuitou isso? Velho, eu tenho que ver. E EIS QUE APARECE A @NAAHNIGHT.

Uma das primeiras pessoas que eu encontrei aqui da minha cidade que era foda, que gostava do que eu gostava, que era sei lá porra perfeita? No outro dia, eu nem acreditava. Eu ficava "PUTS". E não vou ficar narrando como aconteceu tudo, mas agora ela é minha monera linda caralho amo essa guria NÁ ESSA É UMA DECLARAÇÃO PRA VOCÊ BELEZA. E através da Ná, eu conheci a Layse e a Roberta. E caralho, eu fico imaginando se eu não tivesse feito nada disso. Ou se eu não tivesse entediado e não tivesse procurado o nome da minha cidade no GOOGLE. Na real, isso é tipo uma lição de vida (?) que todo mundo tem que levar cara. Tipo, esse ano foi mais feliz porque essas pessoas entraram na minha vida. ISSO NÃO É UMA RETROSPECTIVA, eu acho. Tá, deve ser. Mas foda-se. Eu escrevo o que eu quero. Ninguém vai ler essa merda mesmo.



Claro que, outras muitas coisas mudaram minha vida esse ano. Não vou ficar citando os nomes aqui porque puta que pariu hein, mas beleza. Esse ano foi um dos mais fodásticos na escola e na minha vida. Passei pro ensino médio, e vou ter que trocar de escola. COMO É ÓTIMO TUA ESCOLA NÃO TER ENSINO MÉDIO. Na real, minha antiga escola. É esquisito usar o termo "antiga escola". Eu não me acostumei com a ideia que eu vou ter que entrar em um colégio que eu não conheço quase ninguém, não conheço a porra dos professores nem aonde é o banheiro. Claro que com o passar do tempo eu vou conhecer tudo isso. Mas a "coisa" é que eu conhecia as pessoas lá da escola. Eu sabia como as coisas funcionavam. Eu conhecia como os professores eram e eu podia sair da sala na maioria das vezes quando eu quisesse porque a gente mandava naquela merda. Tá, a gente não mandava. Claro que não. Mas a gente era amigo da vice-diretora e a gente ia lá pra cima e começava a zuar com a cara dela. E ela zuava com a nossa. E o estranho é que: eu não vou ter nada disso na outra escola. Eu não vou poder acordar as 7h15 e esperar meus colegas pra gente ir junto na escola. Eu vou ter que acordar as 6h porra. As 6h; Eu posso estar fazendo um POUCO de drama, mas vai ser tipo, uma vida nova. E não tem mais como fugir então, vambora.

MAS PORÉM, eu fico um pouco animado com essa coisa de "escola nova". E, pra fechar com chave de ouro os 8 anos na antiga escola, fui no Beto Carrero World com meus amigos e cara, FODA é pouco pra resumir o quão fodástica-perfeita-caralho-a-quatro foi. Eu tava tão ansioso pra chegar lá, que eu dormi no máximo uns 10 minutos em uma viagem de quase 10 horas. E eu não sei como explicar a sensação de ir naqueles brinquedos cara. É tanta adrenalina que tu fica besta. E foi com certeza a melhor viagem que eu fiz na minha vida. Quando cês forem pra lá, lembrem de mim e aproveitem pra caralho, sério. Vão até no Raskapuska, porque até esses brinquedos de criança são fodas.



Eu to achando que eu escrevi demais pra quem tava um tanto quanto enferrujado. Então, quero agradecer par todos que fizeram o meu ano muito melhor, e sei lá, to achando que ninguém vai ler esse texto aqui. Mas eu não ligo, porque na real, este texto me fez lembrar de tanta coisa boa que eu vou ficar feliz pro resto do meu dia. (Os palavrões que constam aqui são mera coincidência.)
                                                                                                                                               




(soffy te amo)

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Visita da meia-noite.

No momento em que a vi, reconheci sua figura. Era impossível não fazê-lo. Ela era reconhecível até mesmo entre milhares de pessoas. Se destacava do todo como sangue fresco na imensidão da neve branca. Ela também me reconheceu, deu um pequeno sorriso sem dentes e uma piscadela como quem conta um segredo pra um amigo íntimo. Não gostava disso. Não gostava dela e o do que ela causava em mim. Tinha medo, pavor, assombro. E ela sabia disso. Ela sabia de tudo. Sempre chegava como quem não quer nada, mas eu sabia o que ela queria. Ela se alimentava de mim. Como um aspirador de pó de última geração, ela sugava o pouco de luz que eu conseguira juntar no tempo que ficamos separados. Vinha de mansinho, se aproximando aos poucos, caminhando sem fazer barulho como quem corre descalço na grama. Me dava uma palmadinha nas costas e lá íamos nós de novo. Me trazia presentes. Um pacote atrás do outro de lembranças e pensamentos. Não queria aceitar nenhum, mas ela insistia, dizia que não aceitaria não como resposta. Acabava aceitando, todas as vezes. Abria as lembranças, vasculhava, dava meu melhor sorriso amarelo e agradecia. Oferecia um chá, como toda boa anfitriã. Tomávamos o dito cujo enquanto conversávamos sobre minha infância e sobre as lembranças e pensamentos que ela me trouxera desta vez. Tentava parecer normal, fingir que não sentia a felicidade se esvaindo enquanto ela se alimentava cada vez mais de mim. Não a culpada. Era o trabalho dela, a necessidade dela. Que poderia eu fazer, senão ceder? Ás vezes ela me contava como estava sua vida, se fizera as pazes com a Morte ou reatara o namoro com o Ciúmes. Certa vez, descobri que sua fiel melhor amiga Saudade finalmente estava namorando. Ninguém a queria, diziam todos, pois era instável demais. Após o chá, sentávamos no sofá e ela me consolava. Era quase uma amiga. Já havia me acostumado com sua presença e por vezes chegava a ansiar sua volta. Pelo menos alguém voltava. Ela era egoísta, devo admitir, mas quem não era? E pelo menos ela nunca me deixou na mão, sempre estava lá. Era a melhor companheira e jamais me abandonava. Mesmo nas vezes em que acabei por insultá-la e mandá-la embora, continuou presente e ficando comigo até o fim. Quando eu acabava de chorar e finalmente dormia em seus braços, ela ia embora. Não sem antes deixar um bilhete:

"Até mais, querida. Eu voltarei logo, prometo. Com amor e já com saudades,

Dor."

sábado, 19 de novembro de 2011

Você se lembra?

Você se lembra da primeira vez que nós nos vimos? De como você me olhou e fez careta de "argh"? Naquele momento eu te achei o menino mais porco da face da terra. Não que todos os meninos da face da terra não fossem porcos. Aliás, naquela época todos os meninos da face de todos os planetas, e estrelas, e meteoros, eram porcos. Mas quer saber? Depois daquele chiclete dado com a cara mais tô-te-dando-porque-minha-mãe-mandou, você até que ficou um porco bonitinho. Não que você tenha deixado de ser nojento, mas pelo menos era um nojento não-tão-nojento. Confesso que a ideia de ter um menino como melhor amigo nunca me passou pela cabeça. Aliás, ter um menino como qualquer coisa sem ser primo nunca me passou pela cabeça. Mas a minha cabeça nunca foi das melhores e lá estávamos nós, apostando corrida de subida de árvore. Você se lembra?
Se lembra da vez que nós comemos tanta pipoca que não conseguimos ir no aniversário da Sara? E de quando nós brigamos e ficamos uma semana sem se olhar na cara porque você tinha dado duas chupadas a mais na bala que nós dividimos (sim, foi você, e não me venha dizendo que fui eu porque nós brigaremos de novo)? Você se lembra de quando você roubou o meu diário e eu fiquei com tanta raiva que furei o pneu da sua bicicleta, e lá fomos nós de novo a mais uma semana sem se olhar? E da vez que nós batemos naqueles meninos que ficaram gritando "olha os namoradinhos" pra gente? Namoradinhos! Puf! Bobões!
E ah, lembra de quando nós descobrimos o que era sexo e juramos, de dedinho e tudo, que jamais faríamos algo tão nojento e asqueroso (nós nem sabíamos o que era asqueroso na época, mas falávamos sempre que se encaixava na frase)? Você se lembra do beijo na bochecha que me deu na quinta série e de como tudo, absolutamente tudo, mudou? Se lembra dos bilhetes, dar cartinhas e das flores que pegava no canteiro da dona Marta todos os dias pra me dar? Se lembra de quando nós pegamos dois anéis daqueles que vinham em chiclete e "oficializamos" nosso relacionamento? Você se lembra de quando nós decidimos beijar, só pra ver como era, e de como ficamos olhando um pra cara do outro por vinte minutos? Se lembra de quando nós tentamos fugir e no meio do caminho decidimos voltar, nos demos as mãos e fomos andando tranquilamente até a esquina das nossas casas? E de quando tentou me ensinar a soltar pipa e eu acabei com a linha enroscada no pescoço? Você se lembra de quando eu "virei moça" (argh, não acredito que mamãe usou mesmo essa expressão) e resolvi que te odiava? Você se lembra de quando me pediu em namoro e da cara que meu pai fez? Se lembra de quando nos formamos e estudamos feito condenados, até conseguirmos ir pra mesma faculdade? Se lembra do abraço que demos quando vimos que conseguimos? Se lembra de quando nos casamos? De como você tropeçou quando foi entrar em casa me carregando no colo e eu acabei com a cabeça na porta e um galo enorme? Se lembra da vez que pintamos a casa? De como você acabou conseguindo me pintar inteira? Se lembra de como me chamava de querida, docinho, anjo, diamante e flor, só porque eu odiava? E, por Deus, você se lembra que eu te amo? Você se lembra que me ama?

Que diabo! Diga que se lembra.
Por favor. Diga que se lembra.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Hoje é o seu dia, que dia mais feliz.

Meu conceito de festa de aniversário: comida de graça. Não me interessa se o aniversariante é gordo, magro, rico, pobre, branco, azul, alto, baixo ou um ET. O que realmente me interessa é a resposta do meu “o que vai ter pra comer?” e só. É toda uma vida de “vamos sair?” “ah, sei não...” “vai ter comida” “que horas você passa pra me pegar?”. Quando a festa é sua você gasta dinheiro e trabalha pros outros encherem a pança e saírem reclamando de bucho cheio. “Vestido de fulana tinha um furinho aqui e uma manchinha acolá”, “Olha só como beltrano engordou, que bujão!” e todos  esses comentários não-tenho-igual-então-falo-mal. O gordo ta comendo feito o Rabicó no natal e ta reclamando da comida! Por isso fazer festa é furada. Bom mesmo é ir à dos outros.
Festa de criança só seria melhor se não tivesse criança, porque o resto é perfeito. O resto = comida.  Você mal chega e já estão te enfiando salgadinho goela abaixo. Ôh trem bão dimais da conta, sô.  Dá até pra ignorar os gritos dos piás e os “dá licença tia (T-I-A) enquanto passam empurrando sua cadeira e te fazendo quase meter a fuça no chão.
Festa de adulto é broxante quando servem aquela galinhada sem galinha. Galinhada é aquela história de não-tenho-dinheiro-pra-dar-comida-boa-e-fiz-isso-porque-é-barato. Pô, gente. Que miséria. Cadê a carne assada? Não força a amizade não, vai.
Outra coisa que força a amizade é esse assunto de 15 anos e toda essa coisa de “virar moça”. Nunca entendi. E se eu quiser virar moça com 16? E se eu não quiser virar moça? O que tem de especial no número 15? E se eu preferir 13? Não faz sentido. Me irrita esses aniversários chiquéééééérrimos onde o pessoal chora como se a guria tivesse descoberto a cura da AIDS. Você tá lá, esperando a comida a comida a comida e tem todo um mimimi olha-só-a-fulana-fez-15-anos-como-nós-a-amamos e homenagens e choro e abraços e fungadas. Só uma coisa: EU NÃO ME IMPORTO. EU QUERO COMER. Pior que aniversario de 15 anos é aniversario de 15 anos de pobre. Deixa eu avisar uma coisa pra vocês: VOCÊS SÃO POBRES. Isso aí, vocês não tem dinheiro pra fazer festa chique só porque a filhinha ta fazendo 15 anos. Mas nããããão, negada vai lá e gasta o olho da fuça pra dar “uma noite de princesa” pra guria. Depois não tem dinheiro nem pra pegar o ônibus e ta com dívida até no cu. Dá a impressão de que ao fazer 15 anos a guria vira uma princesa e vai morar na Disney. Mas surpresa: não muda nada. No outro dia ela ta lá esfregando o chão do banheiro, com o short manchado de Quiboa. Mas ta, não vou julgar. Deixa a guria ter seus 15 minutos de fama. Mas tirem o pé da minha janta! Eu fico o dia inteiro sem comer, guardando barriga pra comer até morrer e nego me enrola com homenagem. Homenagear meu estômago ninguém quer, né.
Falando em estômago...

“Ô MANHÊ, VOCÊ NÃO TINHA UMA SOBRINHA DO FILHO DO SEU PRIMO TERCEIRO QUE TÁ DE ANIVERSÁRIO? O QUE TEM PRA COMER LÁ?”

terça-feira, 4 de outubro de 2011

O melhor presente de natal.

Caro papai,

ontem antes de dormir eu fiquei pensando se você existe, onde está e o que está fazendo. A mamãe disse que você morreu, mas eu não acredito muito nisso não, sabe? Porque a vovó morreu e a mamãe lembra dela e chora, sorri, conta histórias. Quando eu falo de você, a mamãe muda o assunto, vira a cara. Eu acho que você tá em algum lugar por aí, perdido. Onde diabos você tá, papai? Será que você não percebe que eu preciso de você? Todos os meus amigos tem pais, eles brincam com eles, ensinam eles a soltar pipa, dão abraço de feliz aniversário, andam de bicicleta. No dia dos pais, semana passada, a professora mandou a gente fazer um desenho do nosso papai. O meu ficou em branco. A Melanie me perguntou porque eu não desenhava, só pra me machucar. Aquela guria é o diabo. Se você tivesse aqui, você entenderia. Nesse natal eu decidi pedir uma coisa diferente, sempre pedi brinquedos, roupas, viagens. Esse ano o papai noel vai ter mais um pouquinho de trabalho. Eu pedi você. Não me entenda mal, a mamãe é realmente ótima. Mas eu queria ter o seu colo, queria que VOCÊ me contasse histórias antes de dormir. Queria que você me ensinasse como eu devo chegar na Sophie e dizer que gosto dela. Sabe como é, coisa de homem. A mamãe não entende. Você não tava aqui pra ver meus primeiros passos, ouvir minha primeira palavra, assistir minha primeira partida de futebol. O que você fez de tão sério? Por que ninguém me conta nada? Tenho milhõõõõõeeees de teorias. Elas vão de ser abduzido por aliens (essa era uma teoria bem válida ano passado, mas já cresci e entendi que aliens não existem) a fugir de casa. Você fugiu, papai? Por que, papai? Eu queria que você estivesse aqui. O Pedro me contou que o pai dele pega ele no colo pra "levar pra cama", coloca ele no guarda roupa e fala "é aqui a sua cama?". Ele disse que é divertido. Por que você não tá aqui pra fazer isso comigo, papai?
Ainda não sei como farei essa carta chegar até você, vou amarrar em um balão e soltar no vento. Quero que você responda. Melhor: quero que você venha me ver. Eu tô realmente ansioso pro natal, o papai noel não vai me decepcionar. Tudo bem que eu vou ter que colocar mais biscoitos no prato, mas não me importo. Vou te esperar, ok? Não importa se demorar. Talvez você esteja muito longe e demore muito pra chegar, mas tudo bem, não se preocupe. Acordarei cedo todos os dias, verificarei a caixa de correio e prometo não ficar triste e perder a esperança. Vou te esperar pelo tempo que você precisar, papai. Só tente ser um pouquinho rápido, ta bem? Espero te conhecer desde os 3 anos e sei que quando o fizer, será o melhor dia do mundo. Quando você vier, eu prometo PROMETO MESMO, de dedinho e tudo, que vou ser o melhor filho do mundo.

Com amor,
Miguel.


PS.: será que dá pra você trazer um Memory Card? Eu não aguento mais perder meus recordes do GTA e a mamãe não quer me dar.

sábado, 3 de setembro de 2011

Estações e tal

Estava tomando banho, e me peguei pensando em coisas tão idiotas que resolvi fazer esse texto. Tirei a conclusão de que nossas amizades nada mais são do que as fases da natureza. Há certas amizades que são como melões. Ficam do seu lado naquele tempo de alvoroço, agitação, festa, alegria, verão. Depois com qualquer frio, tempestade, elas se vão. E depois, as carombolas aparecem. Elas ficam com você apenas nas estações amenas, em que você não está estável. Está pensativo. Não sabe o que fazer. Não sabe tomar as próprias decisões. Depois.. ela te abandona, e novas carombolas aparecem tempos depois. As carambolas são as que menos fazem diferença em sua vida. Os morangos aparecem, e ficam um longo tempo com você. Ajudam você a tomar decisões. Te esquentam. Te protejem. E alguns não se vão. Ficam até aprodecerem. Não saem do seu lado. Após, a semente começa a sair da fruta, já apodrecida. Você coloca na terra, você cuida, você proteje, e ela continua do seu lado, te cuidando, te protejendo. Depois também, brotam os pêssegos. Os pêssegos são como as carambolas. Pode ser delicioso, prazeiroso, mas sabe, nunca duram muito tempo. Pena que nem todas as vezes, os meus morangos duram para sempre.


quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Próxima meta: se tornar psicopata.

Por que sentimentos existem? SÉRIO, POR QUE DIABOS SENTIMENTOS EXISTEM? Eu seria muito mais feliz sendo uma serial killer, psicopata, sem sentimentos, que tá pouco se fodendo pra Deus e o mundo. Se bem que até o carinha do Jogos Mortais mostrou que tem um pouquinho de sentimento. Na verdade, a minha teoria é que ele tinha tanto sentimento que acabou ficando louco, fazendo todos aqueles jogos e matando todas aquelas pessoas. Isso enlouquece as pessoas, sabe. Isso de sentir. É como se pra cada dose de amor você pagasse três doses de dor. Por cada sorriso dado fosse arrancadas cinco lágrimas. O que me faz voltar a perguntar: pra que serve a porra do sentimento? Pra foder as nossas vidas? Pra nos dar alegria e depois tirar tudo e nos fazer entrar em depressão profunda estilo não-quero-mais-viver? O pior é que até quando não se sente nada é ruim. Aquele vazio sufocante, um nada, um abismo. Quando não se está sufocado por um turbilhão de sentimentos, se está sufocado pelo vazio. A verdade é que o sentimento mata, mas a falta dele também mata. E aí, o que a gente faz? A gente sofre. A gente espera, na esperança de que um dia passe. E se não passar? Ah, se não passar a gente vive. Ou tenta viver. Os sentimentos pisam na gente, nos amassam, nos moem e nos quebram. A alma é de vidro, e quando se quebra nós temos que tentar concertar. Colando um caco no outro, pedacinho por pedacinho, como quem brinca de Tétris.

domingo, 28 de agosto de 2011

Bom dia é o caralho.

Domingo é um dos piores dias da semana, digo "um dos" porque a segunda-feira tá aí pra provar que o buraco é mais fundo do que se pensa. Segunda continua sendo o primeiro porque nada supera primeiro dia de aula, ressaca, trabalho e todas essas coisas que não deveriam existir. Domingo é tipo aquele aviso que sua novela preferida vai acabar. Você simplesmente não sabe o que fazer. É uma mistura de sábado com segunda terrivelmente cruel. É como misturar sorvete com beterraba. É o dia de sofrer antecipadamente, o dia do tédio, o dia do almoço em família. Ah, o almoço em família. O apocalipse, a era do gelo, o Big Bang. Todo mundo feliz (fingindo felicidade pra ser mais exata), falando de você. Opa, errei. Falando mal de você. Falando de namoradinhos, escola, faculdade, vida, futuro, filhos, netos, bisnetos, tataranetos e os filhos dos filhos dos filhos dos seus tataranetos que nascerão quando a Terra não tiver mais água. Apertando bochecha, te obrigando a dar beijos e abraços, dizendo que "limparam sua bunda", contando coisas que você fazia quando era bebê que eles já contaram tantas vezes que você já tá até lembrando do que fez, mesmo que tenha feito com 2 meses de idade. Será que eles tem um tipo de instinto ou necessidade de puxar assuntos constrangedores? Como quando você só tinha cu e absolutamente nada de bunda, ou como seu pinto era pequeno? Ou eles fazem tipo um complô só pra ver sua cara de puta-que-pariu-me-tirem-daqui?
E ah, obviamente nunca NUNCA N U N C A N-U-N-C-A variam a comida do almoço de domingo. Todo almoço é a mesma comida, morra quem morrer, faça frio, calor, furacão, enchente, terremoto ou toque Cine (o que não deixa de ser uma catástrofe).
Também tem toda aquela questão porra-eu-preciso-dormir-amanhã-tem-aula. Mas não é o tipo  porra-eu-preciso-dormir-amanhã-tem-aula que você sente na terça-feira, por exemplo. Pelo simples fato de que você ta sem sono. Você sabe que tem que dormir cedo, mas não consegue dormir cedo porque acordou tarde pra caralho. Parece que tudo se junta pra te fazer sofrer, a TV é ruim, o almoço é ruim, a hora de dormir é ruim, você não tem absolutamente nada pra fazer porque tudo fecha e o único consolo que você tem é que segunda vai ser pior. Espera, isso é consolo?
Cadê a Dilma pra gente propôr que todos os dias sejam sábado, hein? Obama? Ok, acho que esses dois não iam querer.
Saddam Hussein? Bin Laden? Hitler? Ninguém? Poxa gente, ressuscitem aí.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Thanks for the ears.

Ser surdo deve ser definitivamente a pior coisa do mundo. Tudo bem que a vida seria bem melhor sem gritos estridentes de manhã da sua mãe do tipo "ACORDAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA JÁ SÃO QUASE DUAS HORAS sendo que no caso são 11h VEM ALMOÇARRRRRRRRRRRRRRRRR", mas já pensou como seria viver sem música? Sem aquela sensação de acabei-de-ganhar-o-Oscar quando se escuta uma música nova e ela é BOA PRA CARALHO? Sem aquele desejo de escutar a tal música 24h por dia?
Imaginem como seria não poder ter música depressiva quando se quer morrer? Como seria o mundo pra alguém que não pudesse escutar aquelas vozes que invadem a alma, nos deixam sem ar e arrancam lágrimas como quem arranca pétalas de uma flor? Uma alma sem música é uma alma vazia. É como uma casa abandonada, uma árvore sem folhas, um livro sem palavras.
A música é sempre nossa melhor amiga. Mesmo quando nada e nem ninguém consegue nos entender e nos fazer sentir melhor, ela está lá pra ajudar. Mesmo quando o mundo perde o sentido, quando você está se fodendo pra tudo e todos, ela está lá. Quando ninguém parece te entender, ela está lá. Está lá até quando você mesma não consegue se entender. Está lá explicando o que você sente, pondo em palavras sentimentos que você não conseguiria por nem se sua vida dependesse disso. É impossível odia-la. Você pode não gostar de algum gênero, mas ALGUMA COISA você escuta. E querem saber? Fuck it, fuck the people, fuck the world. 'Cause I have music.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Um pedido.

A vida é uma merda, mas tem gente que gosta de piorar. Com "gente" eu quero dizer todo o tipo de pessoa que não é, não parece ou não deveria ser denominada "gente". Cocota com saia invisível (só tem a calcinha mesmo porque eu não vejo a saia), playsson com "você quer" tocando no último volume no celular (que no caso tá enfiado no bolso ou na mão, sem fone de ouvido), mãe que não sabe controlar o bebê e o filho da puta fica berrando até os seus tímpanos virarem pó, pessoa fedida que acha que tá cheirando a 202 Carolina Herrera, fumante que acha que todo mundo é obrigado a inalar a porra da fumaça dele, professor falando "o futuro tá aí, vocês tem que estudar pra virar alguém na vida" (como se agora eu fosse nada na vida, só um corpo totalmente descartável), minha mãe mandando tomar vergonha na cara, sair do computador e estudar, dedo duro na sala de aula que aponta todas as pessoas que estavam fazendo bagunça enquanto o professor foi na direção pegar alguma coisa (eles sempre dizem que vão pegar alguma coisa, mas na verdade vão tomar café e fofocar). Era tudo tão mais fácil quando eu só me preocupava em não pegar piolho das gurias da escola, comprar chiclete que vinha com tatuagem e desenhar relógio no pulso com a caneta BIC do meu pai, e quando o episódio de Dragon Ball Z do dia seguinte era a única perspectiva de futuro que eu tinha na cabeça. Quando a única coisa de dinheiro que eu entendia era que era só ir no banco que já pegava o dinheiro, que o Kinder Ovo era 1 real e o Cornetto 3. Pois é, hoje o Kinder Ovo é 5 reais e o Cornetto 7. Não tinha que aguentar nada disso que eu aguento agora. Era tudo tão simples: deitar no colo do meu pai, fechar os olhos, ficar segura e que se foda o mundo lá fora. Não tinha cocota, nem playssons, nem bebê, nem gente fedida, nem fumante, nem futuro, nem professor, nem nada que atrapalhasse a minha vida. Era só eu no colo do meu pai. Sabe, eu nem to pedindo muita coisa. Não é dinheiro, beleza, namorado... Nada disso. Só quero o colo do meu pai de novo.

sábado, 30 de julho de 2011

My love for you was blind, but I couldn't make you see it.

Como você está? Tá tudo bem aí? O que está fazendo? Espero que você esteja bem... E que fique bem.Você sabe que eu penso em você todos os momentos da porra do meu dia? Pois então, eu penso. Penso em você até quando acho que não estou pensando. Acho que está tudo normal, e quando vejo você está lá, e eu me pego pensando em você de novo, e de novo, e de novo. Penso em você antes mesmo de perceber que acordei, penso em você depois que fecho os olhos pra dormir. Penso em você enquanto arrumo minha cama, tomo banho, converso, choro e sorrio. Com você não tem essa de "uma música que me lembre", porque todas elas me lembram você. Até mesmo aquelas que me lembram outras pessoas, me lembram você também. Algumas não tem absolutamente nada a ver com você, e mesmo assim me pego pensando em você, você, você e você. E eu me pego procurando você e eu no meio de suas palavras e frases. Minha mente é só você. De um botão jogado no chão á uma casa pendurada no céu, tudo me faz lembrar você. Até quando estou pensando em outra pessoa, você também está lá. Marcando território, mostrando que apesar de outras pessoas aparecerem pra fazer uma visita, a casa sempre será sua. Mas o que você não sabe é que não precisa mostrar isso porque é tão óbvio quanto o fato dos nossos corações estarem batendo. Porque foi você, é você e sempre será você.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

A estrela que brilhava amarelo.

Hoje eu olhei o céu. Olhei de verdade, com força. Pode-se até dizer que eu comi o céu com os olhos. As estrelas estavam magníficas. Não havia lua. Essa noite era a noite das estrelas. E parecia que elas haviam se preparado especialmente para ser olhadas por mim. Pareciam aquelas velinhas que ficam sorrindo pra você. Todas elas sorriam, com um ar de sabedoria. Elas diziam que ia ficar tudo bem. Mas, no meio de milhares de velhinhas, havia uma criança.
Uma estrela que brilhava mais que todas. E ela não brilhava branco, como as outras. Ela brilhava amarelo. E ela não dizia que ia ficar tudo bem, ela ria da minha cara, gargalhava, apontava o dedo. Ela não sumia quando eu a encarava, como as outras. Ela continuava a brilhar. Eu a olhei por muito tempo. As outras estrelas foram sumindo, e no fim só restaram algumas poucas. Como as migalhas do pão que você come deitada no sofá que ficam insistindo em continuar nas suas roupas. Dentre essas poucas estrelas, ela ainda era a que mais brilhava. Eu não conseguia parar de olhar, queria ver até quando ela ia ficar lá. Senti inveja dela. Ela nunca estaria sozinha, porque ao seu lado estava milhares e milhares de estrelas. E eu sozinha, olhando como ela brilhava e ria. Eu não tinha nenhuma estrela.
Ela começou a sumir e a aparecer, como que pra brincar com a minha cara. Sumia. Aparecia. Sumia. Aparecia. Sumia. Assim que eu acreditava que ela não surgiria mais no céu, ela aparecia novamente. Quando meu pescoço não aguentava mais de tanta dor -não se deve olhar estrelas por muito tempo, porque o pescoço realmente sai prejudicado-, parei de olhar . Passado alguns minutos, olhei. Ela continuava lá, firme e forte. Desisti de ver quanto tempo ela aguentaria, pois parecia que nunca iria embora. Dessa vez, fiquei muito tempo sem olhar, crente de que ela continuaria lá para sempre. Ela parecia grudada no céu. Mas, como que pra me ensinar a não subestima-la, ela desapareceu e não voltou mais. Agora, parando pra pensar, noto que ela continua lá e que sempre continuará. Fui eu quem desapareceu, quem desistiu, quem sumiu e parou de olhar. Eu quem não tive capacidade de acha-la novamente. Ela continua grudada no céu e nunca o abandonará. Está lá agora e continuará até depois de eu não conseguir mais lembrar-me dela. Mesmo quando não conseguir mais brilhar, ela continuará lá.
Mas estrelas não são pessoas. Não são velhinhas e nem crianças. Elas não sorriem pra você, não dizem que vai ficar tudo bem e muito menos riem e apontam pra você. Elas são só estrelas. E você e eu somos só pessoas, e pessoas não são como o céu e as estrelas, que ficam grudados para sempre. Pessoas se abandonam, se largam, se desgrudam.
A estrela que brilhava amarelo não era você. Naquele momento, você não estava pensando em mim, não estava me olhando e nem cuidando de mim. Você não ria e não apontava para mim. A estrela que brilhava amarelo é apenas mais uma no meio de tantas outras. Apenas mais uma migalha de pão.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Balões.

Querida Tori, como foi seu dia? Que horas acordou? No que pensou ao abrir os olhos? Quando você abriu a janela do quarto, como estava o céu?
Falando em  céu, Tori, mamãe me disse que você foi pra lá. Eu fiquei meio confusa, porque afinal você não sabe voar. Ou sabe? Fiquei imaginando por horas como você conseguiu chegar aí. Você usou balões? E por que diabos você não me levou, Tori? Eu adoraria estar aí com você, andar sobre as nuvens e talvez até come-las, já que elas são feitas de algodão doce. Você lembra quando me comprou treze algodões doces, aquele dia no parque, e eu comi tudo e passei mal? E você ficou toda preocupada.
Sabe Tori, acho melhor você voltar logo. Tô começando a sentir sua falta, e eu não gosto dessa sensação. Parece que estão esmagando o meu peito em trilhões de pedacinhos. Eu disse pra mamãe que queria ir pro céu com você, e ela não fez uma cara muito feliz. Não entendi muito bem, mas a mamãe nunca fez sentido. Só você fazia sentido. Ai Tori, volta logo, vai. Ontem eu comecei a chorar e gritar que queria você, que só você me entendia e me abraçava do jeito que eu gosto. Aí a mamãe começou a chorar e se trancou no quarto. Acho que ela tá ficando doida. Daqui uma semana é o meu aniversário e ela ainda não comprou as velinhas com o número 9, vê se pode! Você sempre comprava as velinhas um mês antes.
Tô achando que vou atrás de você. Vou pegar as bexigas do meu aniversário escondido e fazer um balão enorme com elas. E aí vou te fazer uma surpresa. Que tal, Tori? OK, não vai ser mais surpresa, agora que vou te mandar essa carta contando. Mas será que você pode fingir que não sabia e fazer cara de surpresa? Daquelas bem feitas mesmo, com a boca quase se separando de tão aberta e os olhos parecendo duas birocas (não das de 10 centavos, as de 50 centavos mesmo). Vou levar pirulitos. Os nossos prediletos. Aqueles de coração, pequenos e tão moles que derretem na boca.
Acho melhor eu começar a organizar as coisas, então vou ter que acabar a carta logo, porque tenho que ir na venda da esquina comprar os pirulitos e encher o saco da mamãe pra ela me levar ao mercado. Desde que você se foi, o cara da venda da esquina sempre me olha como se eu estivesse com câncer, queria que você estivesse aqui pra gente rir da cara dele. Por que você tá demorando tanto pra voltar, Tori? Que lerda. Você nunca foi de demorar muito, sabe. Mas isso não importa, porque eu tô indo te encontrar. Guarda algumas nuvens pra mim, porque eu vou estar com fome e você sabe como eu amo algodão doce. E se prepara pra me dar o melhor dos melhores abraços do mundo. Eu sei que não vai ser difícil, porque você tem o melhor abraço do mundo. Ops, tô falando demais e a mamãe já me gritou. Até daqui uma semana, que mais parecerão milênios.

Com todo o amor do mundo,

Annie.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Brincar pra lucrar. Lucrar pra brincar.

Quem nunca ficou enchendo o saco dos pais, chorando, berrando, esperneando, morrendo, fazendo escândalo, pra ir em algum parque de diversões? Porque esperar 2 horas pra ir é tão impossível quanto voar sem ajuda de equipamentos. Parece que se você não for naquele momento, o parque vai desaparecer e você vai morrer de desgosto. Aí, quando você finalmente consegue fazer seus pais te levarem, tem todo aquele ritual do pai-olha-pra-mim que toda criança faz quando tá no parque de diversões. O moleque fica lá, berrando, acenando, chamando a atenção dos pais (ou pelo menos tentando), como se fosse um super-herói salvando o mundo. Será que não passa pela cabeça dele que não tem graça nenhuma ver um monte de pirralhos girando? Aliás, eu acho que levar filhos em parque de diversões é uma das maiorias provas de amor que existem.
Uma vez eu fui levar meu irmão em um escorregador (prova de amor imensa) e um dos meninos que tava brincando queria mijar, o pai fez ele mijar na frente do escorregador (no meio de todo mundo) e super rápido, porque o tempo dele tava correndo e ele não ia pagar 3 reais pro moleque perder o tempo mijando (afinal, quem precisa mijar né? coisa mais desnecessária). Depois de um tempo, o tal moleque cansou de escorregar e quis sair, mas o tempo não tinha acabado e o pai fez ele ficar lá até acabar, afinal são 3 reais e 3 reais é muito caro.
Vamos combinar que esse negócio de parque dá dinheiro. Nenhuma criança se contenta em ir uma vez em cada brinquedo. É preciso ir 4 ou 5 vezes em cada um. Vários pais levando seus vários filhos nos vários brinquedos gastando suas várias notas de dinheiro. Acho que vou ser dona de um parque de diversões, poupa faculdade, estudo e todas essas coisas chatas. E é melhor que ser revendedora da Avon. Não que isso me preocupe muito, afinal, não faz muito tempo eu fazia parte das crianças que gastavam no parque, vai demorar muito pra começar a fazer o contrário. Mas é isso aí, vou ter um parque.


PS.: vamos fingir que eu sou madura, nem um pouco igual essas crianças que eu citei, e quero ter um parque pelo dinheiro, e não pelo fato de poder brincar nos brinquedos a hora que quiser e de graça, ok?

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Alguma coisa sem pé nem cabeça que terminou na minha família.

Costumo dividir as pessoas em três categorias: as aceitáveis (cerca de 1/96817361340345 da população), as falsas e as inconvenientes. Considero como "aceitáveis" as pessoas que possuem um nível razoável de semancol e sinceridade (as pessoas que são inteligentes, lindas, tem bom gosto, etc, são mais do que aceitáveis e podem comparecer imediatamente a minha casa, se quiserem). Eu sou meio tapada e quase nunca percebo quando a pessoa tá sendo falsa (sim, eu sou desligada a esse ponto). Só sei que ser chamada de querida é uó, maior falsidade impossível. Mas pera aí: querida não é um jeito afetivo de se referir a alguém? Isso não tem lógica, mas é assim que as coisas são e fim. Eu rodo a baiana quando alguém me chama de querida (na verdade eu só fico puta, mas "rodo a baiana" me soou mais legal). Falsidade e mulher são como unha e carne, computador e internet, professor e falta de sexo, escola e tédio, minha mãe e chatisse, eu e belez... mas pera aí. Enfim, falsidade é uma coisa da qual todos nós entendemos (menos eu), então não vou ficar falando disso aqui (vamos fingir que eu não vou falar de falsidade porque todo mundo sabe do que se trata, e não porque eu mesma não sei falar de falsidade). Pessoas inconvenientes poderia ser o nome da minha escola. Ficaria melhor (e mais sincero) do que o nome atual. Sabe quando você tá quieta no seu canto e fulano chega perguntando qual o seu twitter? E você é praticamente obrigado a mentir que não tem twitter? Que coisa chata. Eu tenho a leve impressão de que inconveniente é o nome do meio da minha mãe, e ela me esconde isso. Só pode ser isso. O que faz uma mulher adulta com três filhos dizer "QUE CHEIRO DE BOCETA AZEDA" quando chega em casa e vê eu e as minhas amigas no quarto? Eu juro que não entendo. Ou então quando ela resolve dar uma de mãe-engraçada-e-enturmada e começa a conversar com as minhas amigas sobre gatinhos. Sim, minha mãe chama meninos de gatinhos. Ela olha pra TV, aponta pra algum cara e diz "olha só que gatinho". Dois segundos depois ela vira pra algumas das minhas amigas (pra mim não, porque no momento eu to com a cara em qualquer lugar menos na TV) com uma expressão hein-hein-eu-sei-que-voce-concorda-comigo-hein-hein. Meu pai também tem um lado meio inconveniente (cerca de 99,9% dele, isso quando ele não tá bêbado... eu nem vou comentar o que acontece quando ele tá). Uma roda de amigos. Eu. Ele. Minha mãe. Meu irmão. Minha irmã. Todo mundo ali, junto. Adivinhem a frase que ele resolve dizer? "A natália só vai casar com mais de 50 anos. E só vai poder sair de casa sozinha com o namorado aos 39". Ele diz isso em 60% das jantas que a gente tem com os amigos dele. Uma vez a gente tava viajando, tava tocando música e todo mundo cantando, maior descontração etc e tal. Óbvio que eu me empolguei um pouquinho e comecei a gritar feito um babuíno boboca balbuciando em bando. Meu pai virou pra trás, fez uma expressão de ganhei-na-mega-sena, olhou pra minha mãe e disse "bem, a natália canta bem". Claro que todo mundo no carro olhou pra mim, e meu pai me mandou cantar. Sim, ele me mandou cantar. E ainda me chamou de chata quando eu me recusei a cantar pra todo mundo avaliar se eu cantava bem ou não. Minha avó também sabe ser inconveniente, aquela linda. Mas é um inconveniente legal, do tipo que só ela consegue ser. Hoje mesmo ela começou a me interrogar.
Conversa entre eu e minha avó ás 15h no sítio da minha tia:

- Vamo embora logo vai
- Pra que? Que que você vai fazer lá, Natália? Por acaso você tem algum namorado?
- Não vó, não tenho.
- É o filho do carreira né?
- Não, vó.
- Então é o filho do Mauro. Certeza.
- Não, vó. Não é ele.
- Ah, então quer dizer que tem alguém?
- NÃO VÓ, NÃO TEM NINGUÉM. VAMO EMBORA AGORA????
- Tá bom. Tá.

Tem a minha tia também, que sempre me faz ir dar um beijo nela quando me vê na rua (mesmo que eu esteja a metros de distância), e o meu avô que tem crises de carência e começa a fazer drama quando eu digo "oi" e não abraço ele. Aliás, se eu continuar falando, vou acabar citando a minha família inteira. Aliás, acho que sou adotada. Acho também que o sobrenome da minha família devia ser inconveniente. Bom, nós não somos do tipo mais aceitável, mas também não somos falsos. Ah, com certeza eles não são falsos. E eu realmente me orgulho deles.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Os zumbis resolveram sair dos filmes.

Uma coisa que me tira do sério (sempre achei essa expressão engraçada, tipo me tiraram do sério = eu estava com o sério e aí alguém me separou do sério a força, portanto me tiraram do sério) são essas pessoas sem vida que resolvem cuidar da vida dos outros. Eita coisinha irritante, viu. Existem vários termos para defini-las: fofoqueiras, intrometidas, inxiridas (não sei escrever isso). Eu, particularmente, chamo elas de "zumbis". É, zumbis. É assim que se chamam as pessoas sem vida, certo? Como se já não bastasse falar da sua vida, INVENTAR coisas sobre a sua vida, elas resolvem opinar sobre o que você faz ou deixa de fazer. Olha só, eu não me importo que opinem sobre minha vida, que falem sobre ela, que inventem coisas absurdas. Mas tem algumas condições. Primeiro que se a pessoa tá tão interessada na minha vida, ela tem que viver ela. Mas viver MESMO. Tem que enfrentar os meus problemas e coisa e tal, tem que acordar de manhã e ser obrigada a comer, como eu sou todos os dias. Tem que ouvir ladainha da minha mãe, tem que sentir a cólica que eu sinto, tem que limpar a bunda do meu irmão. Segundo que ela tem que pagar alguma coisa, porque no mundo de hoje até a água que você bebe (a água que você come é que não vai ser) é cobrada. E vamos combinar que a minha vida é mais importante que um copo de água (ou não). As pessoas querem mandar no que você come, veste, diz, pensa, faz, TUDO. Daqui a pouco eu vou estar no banheiro cagando e vai chegar alguém me dizendo que não é assim que se caga. Assim não dá gente, é sério. Criticar é uma coisa, se intrometer é outra. Criticas são construtivas. Intrometimentos são letais (letais é um termo meio exagerado, porque são poucas as pessoas que vão se intrometer na vida de um serial killer). O que mais irrita é que não são os seus amigos, seus parentes ou pessoas próximas a você que se intrometem na sua vida. São pessoas que não convivem com você, que não te conhecem e que saem te julgando como se elas valecem alguma coisa. A verdade é que o ser humano não resiste a uma fofoca, a um barraco ou a qualquer outra coisa que envolva desgraça alheia. Só acho que ultimamente as pessoas estão exagerando demais, estão pra frente demais, sem vergonha nenhuma. E eu garanto que um pouco de bom senso não faz mal a ninguém. Portanto, tentem pensar duas vezes antes de enfiarem os narizes de vocês onde não são chamados. A não ser que vocês queiram eles quebrados.
@saumenscch. (mudei o username)

segunda-feira, 14 de março de 2011

Filmes de comédia que não te fazem rir.

Vou confessar pra vocês que não foi por falta de vontade que não vim postar aqui, mas por falta de criatividade. Não se passava NADA em minha cabeça. Eu tentava escrever e não conseguia. Me senti a pessoa mais inútil do mundo. Mas vou tentar reabilitar o meu hábito de escrever. Há alguns dias meu pai foi até a locadora e ele quis locar um filme de comédia. Se ele não alugasse o filme de comédia acho que ia passar mal, porque ele queria muito alugar um filme. De comédia. Ele escolheu um filme que eu não me recordo o nome mas era um dos filmes mais babacas que eu já ouvi falar. Eu não assisti. Só um pouco do início e olhe lá. Mas me recordei de outros filmes que eu já assisti, e fiz uma comparação. Não entendo por qual motivo-razão-ou-circunstância que os diretores fazem um filme classificado "comédia" sendo que o mesmo não é de comédia? Podemos dizer uma comédia barata. Muito barata. E muito babaca.
     Definição.
                    humor babaca: filme em que o diretor tem uma mente menor do que a de um inseto, e na verdade não sabe escrever filmes. Muito menos de comédia. Ops, não podemos chamar de comédia não é mesmo meus amigos? 
Tenho quase certeza que vocês já assistiram um filme assim, ou não. Se você irá fazer um filme de comédia, POR FAVOR FAÇA UM FILME DE COMÉDIA DE VERDADE. Vou dizer para vocês que não sou fã de filmes de comédia, mas também não desprezo. 
Se você é um diretor ou roteirista: por favor, filmes de comédia tem que ser engraçados, e não babacas. E desculpem-me pelo pior post da minha vida, que vocês acabaram de ler. Até mais. @withoutanylink.

terça-feira, 8 de março de 2011

A costela com super-poderes.

Nada mais merecido do que o dia da mulher. Acho até mais digno que o dia do trabalhador, dia dos namorados, dia da avó, dia do sei-lá-o-que. Afinal, mulher é meio que tudo isso, não é mesmo? Ela é trabalhadora, é namorada, é avó. Até pai mulher é. Ou você acha que é fácil ser mãe solteira? Não é mole não. Como se isso já não bastasse, tem aquelas coisas mínimas e "quase nada desagradáveis" como menstruação, depilação, auto estima, celulite, estria, calorias e regime. E outras "quase nada agradáveis" como refrigerante, chocolate e pizza, coisas das quais somos proibidas por nós mesmas de usufruirmos. Quem tem que cuidar dos filhos? A mulher. Quem tem que emagrecer como se não houvesse comida? A mulher. Quem tem que ficar horas procurando a roupa perfeita? A mulher. Quem tem que tirar a sobrancelha e se depilar? A mulher. Quem tem que ficar com um absorvente socado no meio das pernas todo mês? A mulher. E ainda nos denominam como sexo "frágil". FRÁGIL É O CACETE. Nós devíamos ser conhecidas como sexo super, sexo master, sexo foda, sexo poderoso, sexo qualquer coisa, menos frágil né, pelo amor de Deus. Uma coisa que eu também acho digna de ser falada aqui é o fato de termos que aguentar nós mesmas. Ô bichinho falso, esse tal de mulher. Nós não ficamos bonitas para os homens, nós ficamos bonitas porque existe uma disputa de beleza entre mulheres desde que o mundo é mundo. É algo como "a mulher mais bonita é superior". E beleza, para as mulheres, é sinônimo de magra. Quando uma mulher diz que "adorou o seu vestido" das duas uma: ou ela odiou e tá sendo falsa, ou ela ta morrendo de inveja e quer te dar um soco. Mas ok, voltando aos elogios: a mulher é quase uma heroína. Eu, particularmente, acho que ser mãe é um super-poder. Não é fácil ficar nove meses com um troço dentro de você te fazendo vomitar, ficar super sensível (gravidez é quase uma tpm infinita) e pior: ficar gorda. Parecer um mamute por nove meses REALMENTE é algo da qual nós podemos nos orgulhar. E como se isso não bastasse, tem a dor do parto. Sempre comparei parto normal com um super cocô com vida saindo de você, só que pelo outro buraco. Se não for parto normal, você é cortada ao meio e tem que guardar repouso, não pode fazer movimentos bruscos, fica toda costurada e o caralho a4. Isso tudo pra ter um filho que só vai te dar trabalho, mas que você vai amar incondicionalmente e nada será mais importante do que ele. É tão mais fácil ser homem e só se preocupar em coçar o saco e ter o pinto grande. Vou ficando por aqui, com um sincero Feliz Dia das Mulheres para todas nós. Se eu fosse presidenta, ia tentar mudar o nome de Feliz Dia das Mulheres pra Feliz Dia das Heroínas, nada mais justo do que isso. Mas, como eu (ainda) não sou presidenta, vou me contentar. @_twotwok.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Consultórios.

Cheguei a conclusão de que médicos fazem algum curso intensivo de como-fazer-seus-pacientes-esperarem-na-sala-de-espera. Aliás, acho até que metade da faculdade é dedicada a essa área. Seu horário é as 14:00h, você chega as 13:55h e é atendida ás 16:30h, isso se você tiver sorte e não chegar no "horário de pico". Não seria tão ruim se na sala de espera tivesse gente bonita, estilosa e legal, se tivesse passando Supernatural na TV e se tivesse ar condicionado. Mas não, pra piorar a situação a maioria das salas de espera são formadas por velhos,  bebês e gente fedida que não sabe o que "falar baixo" significa, sem contar que se tiver ventilador já é sorte, imagina ar condicionado. E adivinhem o que passa na TV? Xuxa e o mistério da Feiurinha, e a sua mãe ainda tem a audácia de virar pra você e falar: "olha lá o que tá passando na TV, que legal!" esperando que você faça uma cara do tipo caralho-meu-sonho-se-realizou. Mães não são legais em salas de espera, aliás, mães não são legais em nada, mas elas conseguem se superar nas salas de espera. Pior é quando elas começam a conversar com aquela famosa mulher-gorda-da-sala-de-espera e decidem te "apresentar" pra ela, aí você tem que dar o seu melhor sorriso, como se o fato de estar em uma sala de espera fedida e cheia de gente feia te agradasse. Outra figura essencial nas salas de espera é a velha-nojenta-reclamando-da-vida. Uns dias atrás eu acompanhei a minha mãe em um médico de varizes e tinha uma velha (se é que eu posso chama-la de velha, porque aquilo estava mais para múmia do que para qualquer outra coisa) que quando andava, o joelho dela se deslocava, ou seja, metade da perna ia pra um lado, enquanto a outra metade ia pro outro lado. Quando eu fui olhar pro pé dela, quase vomitei. Um pedaço do pé dela estava na carne viva, como se um cachorro tivesse mordido e arrancado fora. Já é ruim ir ao médico, esperar milénios pra conseguir fazer isso com uma múmia sentada do seu lado nem se fala. Aí você espera duas horas e meia por uma consulta de quinze minutos, onde a unica coisa que o médico faz é te dar um "remédinho pra passar a dor". Assim não dá, vou precisar reclamar pro Procon ou sei lá o quê. Talvez eu crie um Sindicato da Sala de Espera. Mas acho que até lá eu vou ser obrigada a respirar o mesmo ar que uma múmia (múmias respiram?), fazer o quê, é a vida (ou a morte, no caso da múmia).

@twotwok_

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Pré-animação-e-depressão-para-começar-as-aulas

Não sei se vocês já começaram as aulas, mas enfim. Na semana passada fui comprar meus materiais para a porra da escola. Sim. E enquanto eu escolhia os cadernos etc, ficava lembrando quando eu tinha uns oito anos e ficava tipo muito animado pra ir pra escola. Muito animado mesmo. Eu sentia essa vontade depois de comprar os materiais né. Só depois mesmo, porque o resto do ano eu queria que acabasse as aulas. Nos meus nove anos de escola (sim, estou na oitava série) sempre fiquei animado depois de comprar meus materiais. E praticamente é assim todos os anos. Menos esse. No início das aulas, sempre tem aquela animação e depressão. Pelo menos pra mim.
Animação.
1º: por rever meus amigos.
2º: por começar a escrever nos cadernos.
Sim meus caros leitores. Sou babaca e ficava ansioso pra começar a escrever nos cadernos.
Depressão.
1º: acordar cedo.
2º: ver a cara dos professores.
3º: ver as pessoas idiotas da escola.
Na boa, não gosto de mais de 90% das pessoas que estudam na minha escola. É muito raro eu encontrar alguém que eu possa compartilhar informações sobre tudo. A maioria das pessoas não gostam das mesmas séries/músicas/filmes que eu gosto então fica difícil. Quando começa as aulas, sempre fico naquela expectativa que eu encontre alguém que eu possa compartilhar as informações. Mas as chances são tipo 0,00001% na verdade. Então por mais esse motivo, minhas aulas são definitivamente um lixo. Juntamente com minhas atuais férias.
Acho que vou parar por aqui, porque já falei muita merda etc. Flw @withoutanylink.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Quem me dera ter seis anos pra sempre.

Não sei vocês, mas eu tive uma infância muito boa. Tudo bem que eu não ficava o dia inteiro brincando, me sujando, sorrindo e fazendo arte como nas propagandas de sabão em pó, mas pra que fazer isso se existe teletubbies, não é mesmo? E quando teletubbies acabava, tinha pica pau. E depois chaves, power rangers, bob esponja, três espiãs demais, meninas super poderosas, baby looney tunes, sítio do pica-pau amarelo, pokemon, meu amigo da escola é um macaco, etc etc. Lembro da sensação que eu sentia segundos antes de abrir o kinder ovo, aquela ansiedade e expectativa, só pra depois vir a frustração por ter ganhado mais um brinquedo repetido. Eu comprava a revista Recreio só por causa dos brinquedos. Aliás, eu sempre comprava TUDO só por causa dos brinquedos. Fazia minha mãe comprar aquelas sandálias ridículas que eu sabia que nunca iria usar só pelo brinquedo. E ir ao mercado e ficar sem comprar uma pitchula era pior que morrer. Não que eu já tenho morrido, claro. Odiava o fato de ser café com leite no esconde-esconde e pega-pega. Odiava e amava, na verdade. Era muito bom vencer sempre, mas o sentimento de inferioridade era um saco. Amava a sensação de conseguir roubar a bandeira quando a gente brincava de rouba-bandeira. Pra falar a verdade, eu mais parecia um moleque. Odiava bonecas. Odeio até hoje, aliás. Nunca fui fã de carrinhos, mas uma bola era tudo que eu precisava pra ser feliz. E eu sempre fui o marido quando a gente brincava de casinha. As minhas primas nunca queriam ser o marido, então eu tinha que ser. A minha parte preferida era chegar em casa e falar "querida, cheguei". As vezes eu dava um surto e conseguia ser a esposa. Adorava fazer comida. Mas nada supera a sensação de ficar horas construindo a casa e, quando finalmente conseguir terminar, derrubar tudo em segundos. AAAAH E EU NÃO POSSO ESQUECER AS VEZES QUE EU PEGAVA A CABEÇA DA MINHA IRMÃ E SOCAVA NA PAREDE NÉ AWWWWWWWW. Se eu fizesse isso agora, ficaria sem vida. Mas ok né, a gente supera. O que me revolta é que a parte legal de ser criança acabou, mas a parte chata ainda tá firme e forte. Ainda tenho que escutar os famosos "como você cresceu", "eu limpei a sua bunda" e "lembra de mim? eu peguei você no colo, aw". Se eu fosse grossa e respondesse o que eu realmente pensasse quando era criança, todos iriam rir e achar bonitinho. Mas ai de mim se eu fizer isso agora. É suicídio. Junto com a idade vem as preocupações e responsabilidades. Pior: as estrias, as celulites, a menstruação, os gritos da minha mãe. Pior ainda: não poder  fazer birra, chorar no mercado pra sua mãe comprar yakult,  toddynho e danoninho. Pior que tudo: ser chamada de aborrecente. Enfim, se vocês souberem como se faz pra voltar a ser criança, entrem em contato.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Amizade platônica.

Isso é uma das coisas que mais acontecem no twitter. Você nunca falou com a pessoa, mas sente uma admiração tão grande, profunda e sincera, que chega a ser inexplicável. Quase toda semana alguém no twitter me manda reply dizendo que queria ser meu amigo. É meio assustador porque eu não sabia nem da existência da maioria dessas pessoas. Algumas dizem que gostariam de me conhecer melhor, outras dizem que amam o jeito que eu trato meus amigos, etc. Ás vezes eu me sinto inútil por não poder atender o desejo de todo mundo. Então eu resolvi fazer um texto sobre curiosidades estranhas que eu tenho. Não vou ficar dizendo qual é minha comida preferida, bebiba, idade e essas coisas clichês. Talvez ninguém queira ler e provavelmente a maioria das pessoas que começaram a ler esse post já deve ter fechado a guia, mas vamos lá né.
1. Tenho mania de não ter ninguém atrás de mim quando eu clico em "Sign out" no twitter, principalmente a minha irmã.
2. Quando eu tinha 6 anos, eu chorava TODOS os dias na sala de aula, porque na hora de fazer o cabeçalho e escrever o nome da escola, eu queria colocar o 1 e o 3 na mesma altura, e não conseguia. Aí eu apagava e refazia tantas vezes que rasgava a folha. A frustração me fazia chorar. Aliás, uma das coisas que mais conseguem me fazer chorar é a frustração.
3. Acho que puxei esse lado amizade pro meu pai. Eu valorizo muito os meus amigos. Tenho muitos colegas, mas MELHORES amigos, são poucos. Acho que é por isso que eu sou tão possessiva com relação á eles, é um amor muito doentio, devo admitir.
4. Quando eu leio livros e o narrador diz que algum personagem fez alguma careta ou falou alguma com tal emoção, eu imito. Então se vocês me verem lendo um livro, fazendo cara de dor e dizendo "não, por favor, não!" ao mesmo tempo, é por causa disso.
5. Outra mania que eu tenho ao ler livros, é ficar contando quantas letras e sílabas tem tal palavra e quantas palavras tem na frase, confesso que ás vezes isso me deixa maluca.
6. Não sei se isso é muito normal, mas eu várias vezes me pego beijando a coca cola e dizendo "a mamãe te ama, viu?".
7. Tenho mania de morder a unha. Eu não rôo, nem fico arrancando as carnes em volta. Só mordo.
8. Quando eu tomo banho, sempre tenho que começar a lavar de cima pra baixo. Primeiro o shampoo, depois o condicionador, depois me esfrego, etc.
9. Não consigo segurar o caderno "abraçado" comigo, igual a maioria das meninas seguram. Eu sempre seguro ele só pela mão e fico balançando mesmo, igual os meninos. Aliás, eu nunca fiz o tipo "menininha". Quando eu era bebê, vivia catando lixo na rua e levava pra casa, minha mãe só conseguia tirar os lixos da minha mão quando eu dormia. Assim que fiz uns 9 anos, comecei uma coleção de tampas de garrafas. Eu sempre preferi bola á boneca e sempre odiei rosa. A única coisa normal em mim é que eu amava brincar de casinha e não era muito fã de carrinhos.
10. Sou muito chorona. Tipo, muito mesmo. Muito, muito, muito. Eu choro em tudo. De filmes de terror á desenho animado. A alguns meses, eu chorava mais. Digo com relação a mim, sabe. Até quando não tinha motivos, eu conseguia arranjar um motivo pra chorar. Hoje em dia não, eu quase não choro quando o assunto sou eu. Quando acontece alguma coisa, eu fico mal e só depois de um tempo, consigo chorar. Mas não é um chorar do tipo "ah to morrendo" é mais como se eu não aguentasse mais guardar aquilo e tentasse com todas as minhas forças tirar de dentro de mim através das lágrimas. Mesmo assim eu não consigo fazer isso, porque choro pouco. Óbvio que existem exceções a essa regra.
11. Não me considero uma pessoa depressiva. To mais pra "super-hiper-mega-duper-dramatica" mesmo. Aliás, digamos que eu sou uma pequena porção de ciúmes, amor e drama.
Bom, acho que já deu. E tenho uma dica pra vocês que tem amizade platônica, não só comigo, mas com outras pessoas do twitter: ninguém morde. Se te tratarem mal, é porque realmente não merecem a sua admiração. Tente conversar e manter um diálogo. E tente principalmente engolir a vergonha e timidez e tomar a maior dose de coragem que conseguir. Não é tão difícil. Agora vamos fingir que pelo menos 1 pessoa leu essa porra de texto até o final, só pra eu não me sentir uma completa inútil. Até a próxima, @twotwok_.


PS. Muito obrigada a @laranaoclara, que me deu a ideia do texto.