sábado, 28 de agosto de 2010

Perder algo que nunca se teve.



Olho para minhas mãos e não vejo nada ali, ninguém a segura. Olho para o meu lado e não há ninguém a me acompanhar. Então percebo que te perdi, e é como se o meu sangue virasse água, como se o chão desaparecesse, metade de mim se foi com você. A realidade bate em mim e grita que estou sozinha. Meus ouvidos doem ao ouvir isso, meus braços doem ao não envolverem você, e me dou conta de que não consigo andar, não consigo seguir em frente, apenas fico parada, olhando para trás na esperança de que você volte. Mais uma vez a realidade grita, ela diz que você não vai voltar, que você já me esqueceu. E as lembranças surgem, como se não bastasse o meu sofrimento. Passado, presente e futuro se juntam na missão de me fazer sangrar. Pois bem, eles conseguiram. Após sangrar por horas, me pergunto por que não estou morta. Me dou conta de que desejo isso, desejo a morte, porque viver sem você é pior do que a morte, é pior, muito pior. Tento andar, tento olhar para frente, mas não consigo, não tenho forças. Então me deito no chão e sussurro pedindo que alguém me salve. Por favor, me tirem daqui, me façam esquecer, por favor, por favor. O que me resta agora é esperar. Tomara que alguém tenha escutado o meu sussurro, tomara mesmo.

2 comentários:

  1. o certo é que o tempo tenha te escutado. vai dar tudo certo, pensa positivo. beijo

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  2. que lindo e complexo o texto nat. Muito legal o post.

    ah, tem novo banner de linkme no blog.

    bejs :)

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